São Paulo, quinta, 3 de dezembro de 1998
 
 


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MAPA DO SUCESSO
A experiência de quem já foi aprovado quatro vezes
É simples passar na Fuvest? "Eu acho"

Ciete Silverio/Folha Imagem
"Vestibular é negociação", diz Luiz Eduardo Bottura


RODRIGO DIONISIO
free-lance para a Folha

A afirmação acima é de Luiz Eduardo Auricchio Bottura, 20, que já foi aprovado quatro vezes, começou como treineiro na primeira fase, em um dos mais importantes vestibulares do país (confira quadro abaixo).
"Vestibular é negociação, você apresenta o que sabe em troca do que é exigido para entrar em determinada carreira", diz Bottura. Para ele, muita gente boa presta Poli (Escola Politécnica) para fazer mecatrônica e não entra, mas com a mesma nota poderia fazer um curso igual na USP (Universidade de São Paulo) de São Carlos. "O importante é saber o que você quer e analisar as possibilidades", afirma.
"Eu sou uma pessoas normal, nunca gostei muito de estudar, e minhas médias no colégio variavam entre 6 e 6,5. Meu segredo foi planejar bem o que queria para o futuro e entender o que a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) quer", diz.
O número de vezes que Bottura prestou vestibular se explica pela vontade de complementar sua formação com cursos de outrasáreas. "Para fazer uma optativa, eu seria obrigado a perder aulas do curso normal. Da maneira como me organizei, participo de todas as disciplinas que me interessam e consigo me graduar com a formação que escolhi em apenas cinco anos."
Para ser aprovado, em primeiro lugar, ele diz ter entendido que todas as áreas se relacionam. "A Fuvest gosta de brincar de juntar as coisas, aplica a multidisciplinaridade, e o texto de uma pergunta pode ajudar a resolver outras, tem de ler e interpretar tudo com muita atenção."
Parte do sucesso de Bottura se deve ao fato de ele ter feito todas as provas no sistema novo do vestibular, em que a nota da primeira fase conta para a segunda. Ao ler as alternativas com atenção, mesmo que você não conheça bem a matéria, acaba chegando às duas mais prováveis e aumenta sua chance de acerto em 50%, segundo ele.
"Cheguei a responder em uma das provas de literatura da segunda fase que a relação entre os personagens "João' e "Maria' era que os dois apareciam no mesmo livro. Meu desempenho na primeira fase é sempre melhor, o que aumenta minha nota final", conta Bottura.
Ter consciência do que você sabe, ou não, ajuda a manter a calma durante o exame. "Se eu percebo que não decorei uma fórmula de química necessária para resolver uma questão, não esquento a cabeça, vou para outra e, se der tempo, volto depois e tento resolvê-la pelo raciocínio."
Para conseguir essa segurança sobre o que você conseguiu aprender, Bottura aconselha a resolver provas de anos anteriores da Fuvest ou participar do maior número de simulados possível. "O vestibular não costuma ter grandes alterações de um ano para o outro, por meio dos antigos dá para medir bem o quanto se está preparado."



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