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"Exame oral poderia melhorar aprendizado"
DA REPORTAGEM LOCAL
A maneira como a língua inglesa é ensinada nas escolas é uma das causas para o baixo interesse dos alunos pela matéria e o conseqüente baixo aproveitamento no aprendizado e nas provas. Exames orais poderiam ser uma das alternativas para
melhorar o ensino de inglês nas escolas, segundo o britânico Paul Seligson, especialista no preparo de professores e autor de livros didáticos de inglês.
Folha - Por que parte dos estudantes não se interessa pelo inglês ensinado nas escolas?
Paul Seligson - Isso está relacionado à maneira como a língua é ensinada, organizada e
cobrada. Estudantes precisam
de métodos agradáveis para
aprender. O aprendizado de
línguas deve ser diferente do de
outras matérias. Ele requer um
tipo de aula diferente daquele
de matemática ou de biologia,
mas os estudantes têm a mesma
experiência nas aulas de inglês
que têm nas outras. Os professores são mal pagos e mal treinados. Os programas das aulas
não têm uma progressão lógica.
Professores secundários geralmente começam do zero, ignorando tudo o que os estudantes
aprenderam no ensino fundamental, o que é desmotivante.
Folha - Por que os estudantes
não aprendem a falar inglês a
menos que freqüentem escolas
especializadas?
Seligson - Isso ocorre porque a
comunicação não é o principal
objetivo do sistema oficial de
ensino. O exame vestibular avalia apenas a leitura, a escrita e a
gramática. Comunicação é
principalmente falar e ouvir. Os
estudantes geralmente querem
apenas passar nos exames e
nunca levarão a comunicação a
sério a não ser que sejam testados. Assim que os alunos tiverem de falar para passar nas
provas, os professores terão de
ensinar isso. Dessa forma, os estudantes praticarão a língua.
Folha - Qual é a sua opinião sobre o fim da obrigatoriedade da
prova de inglês no vestibular?
Seligson - O Estado faria melhor se investisse no treinamento, em melhores salários e em um teste oral antes do vestibular. Pessoalmente, acho que o governo deveria patrocinar aulas gratuitas de inglês para todas
as pessoas. Isso não custaria muito e ofereceria igualdade de oportunidades aos jovens.
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