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CARREIRA
Rodrigo Capote/Folha Imagem
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Lígia Mie Jeon, 26, que faz curso de tecnologia em jogos digitais no Senac
Curso de game une programação e design
Aluno pode trabalhar com roteiro e animação, por exemplo; há 20 opções de graduação no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Você gosta de jogar videogame e se interessa por tudo o que
é relacionado ao assunto? Pois
saiba que pode se graduar na
área e viver disso.
Existem em torno de 20 cursos no país. Em geral, eles ensinam todas as etapas de desenvolvimento de um jogo, com
ênfase em programação e/ou
em design.
O aluno pode trabalhar, por
exemplo, com roteiro, programação e animação em 2D e 3D.
"É um curso em que se aprende
um pouco de outras áreas, como disciplinas de design, e se
aprofunda em jogos", afirma
Fábio Lubacheski, coordenador do curso de tecnologia em
jogos digitais do Senac.
Segundo ele, a demanda por
jogos para celulares e para consoles (como Playstation, XBox
e Wii) aquece o mercado.
O curso do Senac dura dois
anos e meio. Lígia Mie Jeon, 26,
está no terceiro semestre. "Já
trabalhei com design gráfico,
ilustração e animação. Entrei
mais pelo fato de gostar de animação e para aprender a programar. Posso mesclar duas
áreas que dificilmente se juntariam em outro curso."
Estudo de 2008 da Abragames (que reúne desenvolvedores de jogos) mostra que 24%
dos cursos na área de games são
de graduação; há ainda cursos
livres, técnicos, on-line, de extensão e de pós-graduação.
Entre os cursos de graduação
em São Paulo, estão os de PUC,
FMU, Cruzeiro do Sul e
Anhembi Morumbi.
Com duração de quatro anos,
o curso da Anhembi Morumbi
já existe há oito. Segundo o
coordenador Delmar Galisi, a
proposta é dar um repertório
amplo aos alunos. "Eles têm
aulas de mitologia e antropologia, por exemplo."
Quem entra na área adora jogar e é jovem. "Em geral são rapazes que gostam de tecnologia, sempre jogaram videogame
e vislumbram a possibilidade
de unir o útil ao agradável."
É o caso de Nicholas Souza,
25, formado na Anhembi em
2007. "Videogame sempre fez
parte da minha vida", disse ele,
game designer na Ubisoft, uma
das gigantes mundiais do setor.
Nicholas conta que a carreira
exige mais do que gostar de jogos. "Entender o jogo é completamente diferente de jogar. Jogar é simples. Criar requer um
outro olhar, mais profundo."
Ele determina, por exemplo,
quais ações o personagem vai
fazer, se tem inimigo, as regras
e qual é o público-alvo. Recentemente, assinou seu primeiro
jogo pela Ubisoft, o "Imagine
Detectives", para Nintendo DS.
"É muito bom ver o jogo e saber
que você que fez."
O ambiente de trabalho é
mais descontraído do que o de
carreiras convencionais, diz
André Penha, 30, gerente-geral
da Tectoy Digital, que vai trabalhar de calça jeans e tênis. "Mas
não quer dizer que trabalhamos pouco. O ritmo é puxado."
Formado em engenharia da
computação, Penha diz ser reticente quanto à graduação em
jogos. "Costumo dizer que, se
for escolher um curso, tente
optar por um mais generalista e
depois produzir jogos. Especializar-se demais pode ser um
risco", afirma.
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