São Paulo, terça-feira, 02 de fevereiro de 2010
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CARREIRA

Rodrigo Capote/Folha Imagem
Lígia Mie Jeon, 26, que faz curso de tecnologia em jogos digitais no Senac

Curso de game une programação e design

Aluno pode trabalhar com roteiro e animação, por exemplo; há 20 opções de graduação no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Você gosta de jogar videogame e se interessa por tudo o que é relacionado ao assunto? Pois saiba que pode se graduar na área e viver disso.
Existem em torno de 20 cursos no país. Em geral, eles ensinam todas as etapas de desenvolvimento de um jogo, com ênfase em programação e/ou em design.
O aluno pode trabalhar, por exemplo, com roteiro, programação e animação em 2D e 3D. "É um curso em que se aprende um pouco de outras áreas, como disciplinas de design, e se aprofunda em jogos", afirma Fábio Lubacheski, coordenador do curso de tecnologia em jogos digitais do Senac.
Segundo ele, a demanda por jogos para celulares e para consoles (como Playstation, XBox e Wii) aquece o mercado.
O curso do Senac dura dois anos e meio. Lígia Mie Jeon, 26, está no terceiro semestre. "Já trabalhei com design gráfico, ilustração e animação. Entrei mais pelo fato de gostar de animação e para aprender a programar. Posso mesclar duas áreas que dificilmente se juntariam em outro curso."
Estudo de 2008 da Abragames (que reúne desenvolvedores de jogos) mostra que 24% dos cursos na área de games são de graduação; há ainda cursos livres, técnicos, on-line, de extensão e de pós-graduação.
Entre os cursos de graduação em São Paulo, estão os de PUC, FMU, Cruzeiro do Sul e Anhembi Morumbi.
Com duração de quatro anos, o curso da Anhembi Morumbi já existe há oito. Segundo o coordenador Delmar Galisi, a proposta é dar um repertório amplo aos alunos. "Eles têm aulas de mitologia e antropologia, por exemplo."
Quem entra na área adora jogar e é jovem. "Em geral são rapazes que gostam de tecnologia, sempre jogaram videogame e vislumbram a possibilidade de unir o útil ao agradável."
É o caso de Nicholas Souza, 25, formado na Anhembi em 2007. "Videogame sempre fez parte da minha vida", disse ele, game designer na Ubisoft, uma das gigantes mundiais do setor.
Nicholas conta que a carreira exige mais do que gostar de jogos. "Entender o jogo é completamente diferente de jogar. Jogar é simples. Criar requer um outro olhar, mais profundo."
Ele determina, por exemplo, quais ações o personagem vai fazer, se tem inimigo, as regras e qual é o público-alvo. Recentemente, assinou seu primeiro jogo pela Ubisoft, o "Imagine Detectives", para Nintendo DS. "É muito bom ver o jogo e saber que você que fez."
O ambiente de trabalho é mais descontraído do que o de carreiras convencionais, diz André Penha, 30, gerente-geral da Tectoy Digital, que vai trabalhar de calça jeans e tênis. "Mas não quer dizer que trabalhamos pouco. O ritmo é puxado."
Formado em engenharia da computação, Penha diz ser reticente quanto à graduação em jogos. "Costumo dizer que, se for escolher um curso, tente optar por um mais generalista e depois produzir jogos. Especializar-se demais pode ser um risco", afirma.


Texto Anterior: Internacional: Alunos mais bem colocados vão estudar na Espanha
Próximo Texto: Viçosa: UFV faz vestibular específico para medicina no fim de semana
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.