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      São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003
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INTENSIVÃO

PARA PROFESSORES, INTENSIVO É OPÇÃO PARA OS QUE QUEREM REFORÇAR CONHECIMENTO PRÉVIO

Curso mais curto só vale a pena para quem já tem base

Flávio Florido/Folha Imagem
ANTES DA HORA Izabel Mattos Miranda, que ainda está no segundo ano do ensino médio mas já faz intensivão porque sua escola "não é voltada para o vestibular"

VIRGILIO ABRANCHES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para o vestibulando que deseja reforçar os seus conhecimentos para tentar uma vaga na universidade, um curso intensivo nesta época do ano é uma boa opção.
Essa é a opinião dos coordenadores de alguns dos cursinhos pré-vestibulares mais importantes de São Paulo e especialistas em educação ouvidos pela Folha.
No chamado intensivão, são abordados os pontos mais importantes de cada matéria.
Para Ernesto Birner, coordenador do Anglo Vestibulares, para fazer os cursos intensivos de final de ano, é preciso ter base de conhecimento. "Se o indivíduo tem uma ótima base, ele vai recordar coisas importantes. Pode ser espetacular ou frustrante, depende mais do aluno. É um curso muito bom para quem tem uma certa base. Aí ele pode competir de igual para igual com quem começou em março, por exemplo."
O coordenador de vestibulares do Objetivo, Antônio Salles, tem a mesma opinião. Para ele, não adianta o candidato não ter uma boa formação e tentar o ingresso em uma universidade com apenas três meses de estudo. "O aluno que é zero não pense que tem mágica. É preciso haver uma certa base", afirma Salles.
Profissionais da área de educação também concordam que o intensivão é uma oportunidade de o aluno reforçar o que já estudou, e não aprender novos tópicos.
Para a professora Tereza Cristina Rego, da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), o aluno empenhado pode obter bons resultados com um curso de três meses. Do contrário, o vestibulando vai perder tempo e dinheiro. "Os alunos que não estão nem aí para nada, em três meses, não vão se lembrar de nada. Mas existe uma porcentagem que se interessa. Então esse cursinho é relativo, depende do empenho do aluno", afirma a professora.
O mesmo diz o consultor em educação João Batista Araújo. Para ele, o segredo é o aluno estudar com seriedade na escola e empenhar-se para ter uma boa base. Depois, o intensivo é uma alternativa. "O intensivão pode auxiliar um aluno que fez um curso razoável. Para ele, ajuda porque reorganiza a cabeça, dá motivação, dá força. Agora, para o que é fraco, não adianta nada."
Já o diretor do Etapa Vestibulares, Carlos Bindi, defende a importância de uma revisão mais longa. Para ele, fazer o reforço durante o ano todo ainda é mais importante do que apenas o intensivo de três meses. "Uma revisão de um ano é mais poderosa. Se o aluno tem base, a revisão é forte sobre uma base forte. É um passo para quem já está adiante. Se ele tem uma base forte e vai fazer uma pequena revisão, ele vai dar um passo menor."
Mas o candidato que começou a freqüentar um curso extensivo em março pode ter de desembolsar até R$ 5.000 durante o ano, dependendo do local escolhido. No intensivão, o preço é menor.
Para Salles, do Objetivo, quem tem conhecimento prévio ou um ensino médio bem feito pode mesmo economizar. "Se há o problema financeiro, o intensivão é uma boa. Mas tem de ter base."


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