São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2007
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CARREIRA

Cartógrafo aposta em tecnologia

Engenheiro trabalha com mapas, relatórios de impacto ambiental e planejamentos

DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Você está em viagem e quer visitar um monumento histórico, mas não sabe bem como chegar lá. Um pequeno mapa de bolso pode resolver seu problema. Em casa, navegando na internet, surge uma vontade de saber como é a Jamaica. Você acessa o Google Maps (serviço de pesquisa e visualização de mapas e fotos de satélite, gratuito) e lá estão os detalhes da "ilha do reggae", situada na América Central.
Por trás do mapa ao alcance da mão ou do clique, está o engenheiro cartógrafo, que trabalha com a representação da superfície terrestre -ele planeja e orienta a execução de projetos de mapeamento de cidades, rodovias e navegação aérea, por exemplo.
Como profissão, a engenharia cartográfica foi oficializada no Brasil em 1965, com o curso da antiga Universidade Estadual da Guanabara, atual Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Hoje, o curso é oferecido em cinco instituições, além da Uerj: UFRGS (federal do Rio Grande do Sul), UFPR (Universidade Federal do Paraná), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), IME (Instituto Militar de Engenharia) e Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Presidente Prudente.
Os cursos costumam ter duração de cinco anos. "A estrutura curricular conta com disciplinas como cálculo, administração, topografia e sensoriamento remoto", detalha João Carlos Neves, que coordena a graduação da Unesp, onde o curso é dividido em formações básica (álgebra, desenho, física), geral (direito, economia), profissional (geofísica, transporte) e profissional específica (cartografia, fotogrametria).
Como em qualquer curso de engenharia, os primeiros semestres podem ser difíceis, por conta da grande ênfase em cálculo. "O estudante tem de lembrar que se trata de um curso de engenharia e que é essencial gostar de trabalhar com matemática, física e até informática", afirma o coordenador do curso da Unesp.

Mercado
O vestibulando Carlos Henrique Furushima, 19, já imagina as dificuldades do curso, mas não desanima. "Sempre gostei muito de geografia e de matemática. Então, resolvi juntar o útil ao agradável", diz.
Filho de um engenheiro cartográfico, Carlos Henrique já teve oportunidade de experimentar o dia-a-dia da profissão. "Já trabalhei na empresa do meu pai, como aprendiz. O que eu mais gosto é ir para campo, fazer verificação de terra, medições", detalha.
O recém-formado encontra um mercado em expansão, segundo Edmilson Martinho Volpi, 37, presidente da regional São Paulo da Abec (Associação Brasileira de Engenheiros Cartógrafos). "As novas tecnologias expandem o mercado de trabalho", afirma, citando empresas que desenvolvem produtos para a internet.
O aspecto negativo da profissão, na opinião do presidente da Abec, é o desconhecimento da sociedade sobre a área. "É comum ter licitações e concursos que solicitam engenheiro civil ou geógrafo, mas não um cartógrafo, que, muitas vezes, está tão ou mais apto para desempenhar a função." O salário inicial costuma ser de R$ 1.500, de acordo com a Abec.


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