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CARREIRA
Cartógrafo aposta em tecnologia
Engenheiro trabalha com mapas, relatórios de impacto ambiental e planejamentos
DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Você está em viagem e quer
visitar um monumento histórico, mas não sabe bem como
chegar lá. Um pequeno mapa
de bolso pode resolver seu problema. Em casa, navegando na
internet, surge uma vontade de
saber como é a Jamaica. Você
acessa o Google Maps (serviço
de pesquisa e visualização de
mapas e fotos de satélite, gratuito) e lá estão os detalhes da
"ilha do reggae", situada na
América Central.
Por trás do mapa ao alcance
da mão ou do clique, está o engenheiro cartógrafo, que trabalha com a representação da superfície terrestre -ele planeja
e orienta a execução de projetos de mapeamento de cidades,
rodovias e navegação aérea, por
exemplo.
Como profissão, a engenharia cartográfica foi oficializada
no Brasil em 1965, com o curso
da antiga Universidade Estadual da Guanabara, atual Uerj
(Universidade Estadual do Rio
de Janeiro). Hoje, o curso é oferecido em cinco instituições,
além da Uerj: UFRGS (federal
do Rio Grande do Sul), UFPR
(Universidade Federal do Paraná), UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), IME
(Instituto Militar de Engenharia) e Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Presidente
Prudente.
Os cursos costumam ter duração de cinco anos. "A estrutura curricular conta com disciplinas como cálculo, administração, topografia e sensoriamento remoto", detalha João
Carlos Neves, que coordena a
graduação da Unesp, onde o
curso é dividido em formações
básica (álgebra, desenho, física), geral (direito, economia),
profissional (geofísica, transporte) e profissional específica
(cartografia, fotogrametria).
Como em qualquer curso de
engenharia, os primeiros semestres podem ser difíceis, por
conta da grande ênfase em cálculo. "O estudante tem de lembrar que se trata de um curso de
engenharia e que é essencial
gostar de trabalhar com matemática, física e até informática", afirma o coordenador do
curso da Unesp.
Mercado
O vestibulando Carlos Henrique Furushima, 19, já imagina
as dificuldades do curso, mas
não desanima. "Sempre gostei
muito de geografia e de matemática. Então, resolvi juntar o
útil ao agradável", diz.
Filho de um engenheiro cartográfico, Carlos Henrique já
teve oportunidade de experimentar o dia-a-dia da profissão. "Já trabalhei na empresa
do meu pai, como aprendiz. O
que eu mais gosto é ir para campo, fazer verificação de terra,
medições", detalha.
O recém-formado encontra
um mercado em expansão, segundo Edmilson Martinho Volpi, 37, presidente da regional
São Paulo da Abec (Associação
Brasileira de Engenheiros Cartógrafos). "As novas tecnologias expandem o mercado de
trabalho", afirma, citando empresas que desenvolvem produtos para a internet.
O aspecto negativo da profissão, na opinião do presidente
da Abec, é o desconhecimento
da sociedade sobre a área. "É
comum ter licitações e concursos que solicitam engenheiro
civil ou geógrafo, mas não um
cartógrafo, que, muitas vezes,
está tão ou mais apto para desempenhar a função." O salário
inicial costuma ser de R$ 1.500,
de acordo com a Abec.
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