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CARREIRA
Envolto em glamour, curso de moda inclui estilo e modelagem
Trabalho vai além da criação; área de modelagem está em crescimento
DA REPORTAGEM LOCAL
A moda brasileira vive um
atraso em relação à moda européia, mas está sempre buscando espaço. Do fim do ano passado para cá, por exemplo, um
movimento que ocorreu na Europa há cerca de dez anos chegou ao Brasil: grandes nomes
do estilismo nacional, como
Tufi Duek (Forum e Triton) e
Isabela Capeto, venderam suas
marcas para holdings, o que já
era comum lá fora.
Mas, mesmo atrasada em relação ao exterior, a moda no
Brasil continua sendo vista
com toques de glamour. Interessados na possibilidade de
entrar nesse "mundinho", jovens buscam formas de ter conhecimento na área. As faculdades, por sua vez, vêem a demanda crescente e abrem cursos. Neste ano, por exemplo, a
Faap abriu a graduação em moda -antes, já havia um curso na
área, mas não era de nível superior. "Já era uma idéia antiga
termos uma graduação na
área", afirma Ivan Bismara,
coordenador do curso na Faap.
No primeiro dos quatro anos,
as disciplinas incluem meios de
representação tridimensional,
metodologia do projeto em design e teoria em design. A partir
do segundo ano, o aluno tem
contato com a área de modelagem e estilo. Mas, de acordo
com Bismara, o curso da instituição dá mais enfoque para a
parte de criação. "O nosso aluno sai um criador com noções
de modelagem."
Diferentemente do Senac,
que investe bastante em modelagem. "[A carreira de modelista] É a profissão do futuro", diz
a coordenadora, Marta Magri.
Entre as suas funções está a de
interpretar o que o estilista desenha. "Ele dá a estrutura da
roupa, dá o glamour."
Clube da luluzinha
"É um curso tipicamente feminino", diz Bismara, da Faap.
Da turma de 40 estudantes, 39
são mulheres.
Um recém-formado em moda ganha cerca de R$ 1.500.
"Mas varia bastante", afirma
Marta. "Tem os que ganham
até R$ 8.000."
Muitos abrem seu próprio
negócio logo que saem da faculdade. Mas, para isso, costumam
ter ajuda financeira da família.
Já as amigas Adriana Praça,
31, e Mariana Braidatto, 30,
montaram a sua própria marca
sozinhas. Elas se formaram na
faculdade Santa Marcelina
-cujo curso, existente desde
1987, visa o estilismo- em
2001, e, um ano depois, já estavam com uma loja na rua Oscar
Freire, a Madri. "Começamos
fazendo coleções e vendendo
em casa", diz Adriana. Com as
vendas, alugaram um ateliê
com outras amigas e juntaram
o dinheiro para abrir a loja.
"Muita gente acha que é fácil,
mas todo dia chega boleto de
contas aqui", diz Mariana, que
trabalhou desde o primeiro ano
do curso. Algumas escolas têm
aulas só sobre a parte administrativa. Na Anhembi Morumbi,
além do curso de moda/design,
há moda/negócios, que foca o
empreendedorismo.
Para conhecer mais a profissão, a maioria das escolas cobra
uma carga de estágio. "É importante que o aluno tenha contato
com o que ele quer", diz Raquel
Valente Fulchiron, coordenadora de moda da Santa Marcelina.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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