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ATUALIDADES
Príncipe britânico usa fantasia nazista
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Fotos publicadas pelo jornal sensacionalista "The Sun" e veiculadas no mundo inteiro mostram
o príncipe Harry, filho do príncipe Charles e da princesa Diana,
vestido de nazista em uma festa à
fantasia. "Harry, o nazista" era a
manchete do jornal, que vende
cerca de 3 milhões de exemplares.
O fato teve grande repercussão
negativa, sobretudo entre políticos europeus e líderes da comunidade judaica mundial. Para alguns, no entanto, foi uma brincadeira impensada de um jovem inconseqüente, que não avaliou a
repercussão que teria seu gesto.
Segundo o diretor do Yad Vashem, o memorial nacional aos 6
milhões de judeus mortos durante a perseguição nazista, Harry foi
insensível. "Quando um príncipe
da Grã-Bretanha veste o uniforme
de um soldado nazista em uma
festa, indica que as lições e o significado do Holocausto não entraram realmente no entendimento
e na consciência das pessoas."
O incidente ocorreu justamente
quando a Europa preparava a comemoração do aniversário de 60
anos da libertação do campo de
concentração de Auschwitz, em
27 de janeiro de 1945.
Em Auschwitz, na Polônia, mais
de 1,5 milhão de pessoas foram
executadas. Entre elas, prisioneiros políticos e todos os considerados inferiores pelos nazistas, sendo 90% deles judeus.
Mais preocupante do que a atitude do príncipe foi a divulgação
de uma pesquisa que revelou que
cerca de 40% dos britânicos com
menos de 25 anos não sabem onde ficava nem o que era Auschwitz. O que pode nos fazer crer
que Harry, ao usar uma faixa vermelha com a suástica no braço,
não tenha avaliado a dimensão do
gesto. Mas aos 20 anos e com
acesso a uma "educação real",
Harry deveria ser capaz de reconhecer a força simbólica da suástica e de assumir de forma mais
madura as conseqüências que sua
condição de príncipe impõem.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail:
rcandelori@uol.com.br
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