São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2009
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DEU NA MÍDIA

Barack Obama, o presidente da esperança

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

O primeiro presidente negro -ou melhor, afrodescendente- dos EUA, Barack Hussein Obama Jr., nasceu em agosto de 1961 em Honolulu, no Havaí. Filho de uma antropóloga branca do Kansas, Stanley Ann Dunham (1942-1995), e de um economista negro do Quênia, Barack Hussein Obama (1936-1982), o 44º presidente dos EUA pouco conviveu com o pai, que faleceu prematuramente. Foi praticamente criado pela mãe e pela avó materna, Madelyn Dunham.
Obama, que viveu parte de sua infância em Jacarta, na Indonésia, em razão do segundo casamento da mãe, graduou-se em direito pela Universidade Harvard em 1991. Trabalhou com comunidades carentes e ingressou na política em 1996, quando ainda ensinava direito constitucional na Universidade de Chicago. Em 2004, candidatou-se e foi eleito senador pelo Estado de Illinois e, com uma carreira meteórica, chegou à presidência, eleito com mais de 62 milhões de votos (52%), aos 47 anos de idade.
Assume depositário da esperança de grande parte da população norte-americana, que acredita numa era de maior prosperidade do que aquela em que viveu sob o comando de George W. Bush (2000-2008).
O novo presidente dos EUA começou cumprindo promessas de campanha: ordenou o fechamento do centro de detenção localizado na base naval de Guantánamo, em Cuba, e proibiu a "prática coercitiva de interrogatório" -eufemismo para tortura.
A prisão de Guantánamo passou a funcionar após o 11 de Setembro para aprisionar terroristas, os chamados "combatentes ilegais" -que na visão dos antigos "falcões" da Casa Branca (assessores ultraconservadores e belicistas de Bush) não deviam estar sob proteção da Convenção de Genebra (tratados internacionais assinados que oferecem proteção a militares capturados ou feridos). Isso pois eles não eram considerados prisioneiros de guerra. Eram prisioneiros "especiais" e, por essa razão, eram tratados como animais, sem direito a assistência jurídica, o que gerou protestos. Reafirmando suas crenças diante de milhões de norte-americanos, Obama destacou seu compromisso com a retirada dos soldados do Iraque -"Vamos começar a entregar de forma responsável o Iraque ao seu povo".
No entanto, o que causou mais surpresa foi a ausência de três expressões: Gaza, Israel e palestinos. Nenhuma referência à crise que há pouco atingiu Gaza, nenhuma palavra sobre a ofensiva israelense e nenhuma menção ao compromisso dos EUA com o processo de paz no Oriente Médio. Aguardemos.


ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile.

rcandelori@uol.com.br


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