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DEU NA MÍDIA
Barack Obama, o presidente da esperança
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
O primeiro presidente negro -ou melhor, afrodescendente- dos EUA, Barack
Hussein Obama Jr., nasceu
em agosto de 1961 em Honolulu, no Havaí. Filho de uma
antropóloga branca do Kansas, Stanley Ann Dunham
(1942-1995), e de um economista negro do Quênia, Barack Hussein Obama (1936-1982), o 44º presidente dos
EUA pouco conviveu com o
pai, que faleceu prematuramente. Foi praticamente
criado pela mãe e pela avó
materna, Madelyn Dunham.
Obama, que viveu parte de
sua infância em Jacarta, na
Indonésia, em razão do segundo casamento da mãe,
graduou-se em direito pela
Universidade Harvard em
1991. Trabalhou com comunidades carentes e ingressou
na política em 1996, quando
ainda ensinava direito constitucional na Universidade
de Chicago. Em 2004, candidatou-se e foi eleito senador
pelo Estado de Illinois e, com
uma carreira meteórica, chegou à presidência, eleito com
mais de 62 milhões de votos
(52%), aos 47 anos de idade.
Assume depositário da esperança de grande parte da
população norte-americana,
que acredita numa era de
maior prosperidade do que
aquela em que viveu sob o
comando de George W. Bush
(2000-2008).
O novo presidente dos
EUA começou cumprindo
promessas de campanha: ordenou o fechamento do centro de detenção localizado na
base naval de Guantánamo,
em Cuba, e proibiu a "prática
coercitiva de interrogatório"
-eufemismo para tortura.
A prisão de Guantánamo
passou a funcionar após o 11
de Setembro para aprisionar
terroristas, os chamados
"combatentes ilegais" -que
na visão dos antigos "falcões" da Casa Branca (assessores ultraconservadores e
belicistas de Bush) não deviam estar sob proteção da
Convenção de Genebra (tratados internacionais assinados que oferecem proteção a
militares capturados ou feridos). Isso pois eles não eram
considerados prisioneiros de
guerra. Eram prisioneiros
"especiais" e, por essa razão,
eram tratados como animais,
sem direito a assistência jurídica, o que gerou protestos.
Reafirmando suas crenças
diante de milhões de norte-americanos, Obama destacou seu compromisso com a
retirada dos soldados do Iraque -"Vamos começar a entregar de forma responsável
o Iraque ao seu povo".
No entanto, o que causou
mais surpresa foi a ausência
de três expressões: Gaza, Israel e palestinos.
Nenhuma referência à crise que há pouco atingiu Gaza, nenhuma palavra sobre a
ofensiva israelense e nenhuma menção ao compromisso
dos EUA com o processo de
paz no Oriente Médio.
Aguardemos.
ROBERTO CANDELORI é professor do colégio Móbile.
rcandelori@uol.com.br
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