São Paulo, terça-feira, 04 de agosto de 2009
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CARREIRA

Rádio e TV forma profissional versátil

Formando pode trabalhar com roteiro, edição e produção de programas; internet é mercado crescente

RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Evelyn, 27, virou protagonista de uma série de sucesso na internet; Guilherme, 23, faz animações para comerciais. O que eles têm em comum? A carreira de rádio de TV.
Com formação generalista, o curso capacita o profissional para trabalhar com roteiro, edição e produção de programas. Ele pode ainda operar câmeras e equipamentos de iluminação, entre outras atividades.
"Para saber o que faz um profissional de rádio e TV, é só imaginar qual equipe é necessária para realizar o programa a que você está assistindo", afirma Marco Vale, coordenador de rádio e TV da Faculdade Cásper Líbero.
Diferentemente do que o nome sugere, a área de atuação não se restringe a emissoras de rádio e de TV. O formando pode trabalhar também em cinema, em produtoras e na criação de vídeos para a internet -mercado crescente nos últimos anos com o barateamento de equipamentos de edição e a popularização da banda larga e de sites como o YouTube.
Essa diversidade tornou defasado o nome do curso, segundo as próprias universidades. A Unesp está debatendo a mudança da nomenclatura para audiovisual, afirma Marcos Américo, coordenador do curso. Em 2001, o mesmo ocorreu na USP -onde a carreira de audiovisual inclui cinema.
É justamente a produção de audiovisual o enfoque dado na Unesp, diz Américo. Segundo ele, os alunos têm aulas práticas desde o início do curso.
Entre as tarefas está, por exemplo, produzir programas de TV de meia hora. É uma oportunidade, afirma o coordenador, de os estudantes atuarem em todas as etapas de produção, da iluminação à direção.
A Unesp deve inaugurar uma TV digital até o final do ano em Bauru (interior de SP), onde o curso de audiovisual é oferecido, conta Américo.
O mercado de trabalho está em expansão, disse ele. Além da internet, na Unesp os alunos podem trabalhar em emissoras regionais de TV ou rádio da região de Bauru. Dependendo da função, o salário varia de R$ 800 a R$ 5.000, segundo o Sindicato dos Radialistas, responsável pela categoria.
Na Cásper Líbero, boa parte dos alunos obtém estágio na TV Gazeta, da mesma fundação que abriga a faculdade. Outras emissoras de TV e produtoras de conteúdo também absorvem os recém-formados, diz o coordenador Marco Vale. A mensalidade custa R$ 1.195,98.
Para os interessados em entrar na área, a concorrência nas públicas é alta. Na Unesp, houve 14,7 candidatos por vaga no vestibular do ano passado; na USP, em audiovisual, a relação foi de 33,86. Na Unicamp, o curso que mais se aproxima de rádio e TV tem outro nome: comunicação social com habilitação em midialogia. A relação foi de 39,1 candidatos/vaga em 2008. Os cursos nas três públicas e na Cásper Líbero têm duração de quatro anos.

Sucesso
Evelyn Matsuoka, aquela do início da reportagem, usou o curso de rádio e TV para, principalmente, se especializar em produção. Em 2007, foi chamada para atuar em uma série na internet. "Nunca havia trabalhado como atriz, mas topei. Pensei: "Qualquer coisa, se não der certo, ajudo no figurino"."
Virou a Lisa de "Mina e Lisa", que, dois anos e 24 capítulos depois, teve cerca de 1,1 milhão de espectadores no YouTube.
A série conta a saga de duas jovens à procura de um rapaz ideal para a primeira vez de uma delas. "O projeto não tinha ambição nenhuma. Começou no boca a boca", diz Evelyn, formada em 2006 na Cásper.
Já Guilherme Bellia, da mesma faculdade, conseguiu emprego antes de se formar. Ele trabalha em uma produtora, onde faz animações para comerciais de TV.
"Eu gosto bastante de audiovisual, e o curso atendeu às minhas expectativas. Mas procurei me informar antes, não caí de paraquedas. Porque, pelo nome de rádio e TV, muitas pessoas têm ideia equivocada do que é o curso." A maioria dos colegas de faculdade conseguiu emprego, diz.


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