|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CARREIRA
Rádio e TV forma profissional versátil
Formando pode trabalhar com roteiro, edição e produção de programas; internet é mercado crescente
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Evelyn, 27, virou protagonista de uma série de sucesso na
internet; Guilherme, 23, faz
animações para comerciais. O
que eles têm em comum? A carreira de rádio de TV.
Com formação generalista, o
curso capacita o profissional
para trabalhar com roteiro, edição e produção de programas.
Ele pode ainda operar câmeras
e equipamentos de iluminação,
entre outras atividades.
"Para saber o que faz um profissional de rádio e TV, é só
imaginar qual equipe é necessária para realizar o programa a
que você está assistindo", afirma Marco Vale, coordenador
de rádio e TV da Faculdade
Cásper Líbero.
Diferentemente do que o nome sugere, a área de atuação
não se restringe a emissoras de
rádio e de TV. O formando pode
trabalhar também em cinema,
em produtoras e na criação de
vídeos para a internet -mercado crescente nos últimos anos
com o barateamento de equipamentos de edição e a popularização da banda larga e de sites
como o YouTube.
Essa diversidade tornou defasado o nome do curso, segundo as próprias universidades. A
Unesp está debatendo a mudança da nomenclatura para
audiovisual, afirma Marcos
Américo, coordenador do curso. Em 2001, o mesmo ocorreu
na USP -onde a carreira de audiovisual inclui cinema.
É justamente a produção de
audiovisual o enfoque dado na
Unesp, diz Américo. Segundo
ele, os alunos têm aulas práticas desde o início do curso.
Entre as tarefas está, por
exemplo, produzir programas
de TV de meia hora. É uma
oportunidade, afirma o coordenador, de os estudantes atuarem em todas as etapas de produção, da iluminação à direção.
A Unesp deve inaugurar uma
TV digital até o final do ano em
Bauru (interior de SP), onde o
curso de audiovisual é oferecido, conta Américo.
O mercado de trabalho está
em expansão, disse ele. Além da
internet, na Unesp os alunos
podem trabalhar em emissoras
regionais de TV ou rádio da região de Bauru. Dependendo da
função, o salário varia de R$
800 a R$ 5.000, segundo o Sindicato dos Radialistas, responsável pela categoria.
Na Cásper Líbero, boa parte
dos alunos obtém estágio na TV
Gazeta, da mesma fundação
que abriga a faculdade. Outras
emissoras de TV e produtoras
de conteúdo também absorvem os recém-formados, diz o
coordenador Marco Vale. A
mensalidade custa R$ 1.195,98.
Para os interessados em entrar na área, a concorrência nas
públicas é alta. Na Unesp, houve 14,7 candidatos por vaga no
vestibular do ano passado; na
USP, em audiovisual, a relação
foi de 33,86. Na Unicamp, o
curso que mais se aproxima de
rádio e TV tem outro nome: comunicação social com habilitação em midialogia. A relação foi
de 39,1 candidatos/vaga em
2008. Os cursos nas três públicas e na Cásper Líbero têm duração de quatro anos.
Sucesso
Evelyn Matsuoka, aquela do
início da reportagem, usou o
curso de rádio e TV para, principalmente, se especializar em
produção. Em 2007, foi chamada para atuar em uma série na
internet. "Nunca havia trabalhado como atriz, mas topei.
Pensei: "Qualquer coisa, se não
der certo, ajudo no figurino"."
Virou a Lisa de "Mina e Lisa",
que, dois anos e 24 capítulos
depois, teve cerca de 1,1 milhão
de espectadores no YouTube.
A série conta a saga de duas
jovens à procura de um rapaz
ideal para a primeira vez de
uma delas. "O projeto não tinha
ambição nenhuma. Começou
no boca a boca", diz Evelyn, formada em 2006 na Cásper.
Já Guilherme Bellia, da mesma faculdade, conseguiu emprego antes de se formar. Ele
trabalha em uma produtora,
onde faz animações para comerciais de TV.
"Eu gosto bastante de audiovisual, e o curso atendeu às minhas expectativas. Mas procurei me informar antes, não caí
de paraquedas. Porque, pelo
nome de rádio e TV, muitas
pessoas têm ideia equivocada
do que é o curso." A maioria dos
colegas de faculdade conseguiu
emprego, diz.
Texto Anterior: Perfil das provas Próximo Texto: Fique de olho/Vestibular 2010: UFRJ cria 1º curso de engenharia nuclear do país Índice
|