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BAGAGEM EXTRA
Nas viagens, vestibulando não precisa se preocupar com passagem, estadia e local do exame
Excursão facilita prova fora do Estado
ALEXANDRE NOBESCHI
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto alguns estudantes se
preparam para partir em viagens de formatura, outros fazem a
mala para prestar vestibulares. O
fato ocorre, segundo eles, devido
à alta concorrência nas universidades dos grandes centros, como
nas de São Paulo.
Segundo a Provest -uma das
empresas do país que organizam
excursões para quem vai passar
por processos seletivos fora de
suas cidades-, as universidades
mais visadas pelos estudantes
paulistas são a Federal de Santa
Catarina e a Estadual de Londrina. Marcelo Moreira da Silva, administrador da empresa em São
Paulo, afirma que, por causa do
grau de dificuldade em conseguir
ingressar em uma universidade
pública, os alunos buscam outras
opções fora de seus Estados.
Um pacote para quem pretende
viajar custa, segundo a empresa,
de R$ 200 a R$ 400. De acordo
com Silva, o preço varia conforme
a época do ano e a cidade a ser visitada. "Geralmente, um município litorâneo é um pouco mais caro, por causa da hospedagem."
O professor do Anglo Eduardo
Smith, responsável pelas excursões do cursinho, diz que o objetivo do serviço é facilitar a chegada
do candidato ao lugar da prova,
mas também proporcionar ao estudante a chance de conhecer um
pouco sobre a cidade.
Como funciona
A excursão, normalmente, funciona da seguinte maneira: os
candidatos chegam ao município
escolhido um dia antes do exame.
Nesse dia, eles se acomodam no
hotel e têm a oportunidade de
passear pela cidade, sempre
acompanhados de monitores.
No dia do processo seletivo, eles
são levados até o local do exame.
Dependendo do tempo restante, é
possível dar mais uma volta pelos
arredores da universidade. A desvantagem, segundo Smith, é que
os estudantes precisam esperar
todos finalizarem a prova para retornar, o que não ocorre se o candidato faz a viagem sozinho.
Para Jennifer Chen, 22, que no
ano passado foi com um grupo
para Santa Catarina e para o Paraná, as excursões dão um conforto
a mais para quem está preocupado com a prova. "É bem mais prático. A gente não precisa se preocupar com transporte e hospedagem nem com como chegar ao local do teste", diz Jennifer.
Outra vantagem apontada pela
candidata a uma vaga em medicina é que um grupo de pessoas da
mesma idade ajuda a aliviar a tensão. "Se a gente vai com os pais, às
vezes, não consegue se distrair e,
conseqüentemente, relaxar."
A opinião dela é compartilhada
pela caloura em viagens Rafaela
Nishimura, 18, que também vai
prestar medicina na Federal de
Santa Catarina. Segundo ela, o fato de o grupo estar ansioso e discutir sobre o assunto ajuda a quebrar o estresse.
Se para o vestibulando a comodidade é o principal ganho na hora de viajar com excursões, para
os pais, segundo Smith, o melhor
é a segurança oferecida. "Terá
sempre alguém responsável por
eles. Colocamos à disposição dos
alunos um professor e um monitor, que os acompanham durante
todo o tempo."
Mas se a ida até a faculdade escolhida é marcada por certa descontração, a volta geralmente tem
um "clima mais pesado". Jennifer
afirma que aqueles que sentem
que não tiveram um bom desempenho voltam desanimados.
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