São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004
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BAGAGEM EXTRA

Nas viagens, vestibulando não precisa se preocupar com passagem, estadia e local do exame

Excursão facilita prova fora do Estado

ALEXANDRE NOBESCHI
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto alguns estudantes se preparam para partir em viagens de formatura, outros fazem a mala para prestar vestibulares. O fato ocorre, segundo eles, devido à alta concorrência nas universidades dos grandes centros, como nas de São Paulo.
Segundo a Provest -uma das empresas do país que organizam excursões para quem vai passar por processos seletivos fora de suas cidades-, as universidades mais visadas pelos estudantes paulistas são a Federal de Santa Catarina e a Estadual de Londrina. Marcelo Moreira da Silva, administrador da empresa em São Paulo, afirma que, por causa do grau de dificuldade em conseguir ingressar em uma universidade pública, os alunos buscam outras opções fora de seus Estados.
Um pacote para quem pretende viajar custa, segundo a empresa, de R$ 200 a R$ 400. De acordo com Silva, o preço varia conforme a época do ano e a cidade a ser visitada. "Geralmente, um município litorâneo é um pouco mais caro, por causa da hospedagem."
O professor do Anglo Eduardo Smith, responsável pelas excursões do cursinho, diz que o objetivo do serviço é facilitar a chegada do candidato ao lugar da prova, mas também proporcionar ao estudante a chance de conhecer um pouco sobre a cidade.

Como funciona
A excursão, normalmente, funciona da seguinte maneira: os candidatos chegam ao município escolhido um dia antes do exame. Nesse dia, eles se acomodam no hotel e têm a oportunidade de passear pela cidade, sempre acompanhados de monitores.
No dia do processo seletivo, eles são levados até o local do exame. Dependendo do tempo restante, é possível dar mais uma volta pelos arredores da universidade. A desvantagem, segundo Smith, é que os estudantes precisam esperar todos finalizarem a prova para retornar, o que não ocorre se o candidato faz a viagem sozinho.
Para Jennifer Chen, 22, que no ano passado foi com um grupo para Santa Catarina e para o Paraná, as excursões dão um conforto a mais para quem está preocupado com a prova. "É bem mais prático. A gente não precisa se preocupar com transporte e hospedagem nem com como chegar ao local do teste", diz Jennifer.
Outra vantagem apontada pela candidata a uma vaga em medicina é que um grupo de pessoas da mesma idade ajuda a aliviar a tensão. "Se a gente vai com os pais, às vezes, não consegue se distrair e, conseqüentemente, relaxar."
A opinião dela é compartilhada pela caloura em viagens Rafaela Nishimura, 18, que também vai prestar medicina na Federal de Santa Catarina. Segundo ela, o fato de o grupo estar ansioso e discutir sobre o assunto ajuda a quebrar o estresse.
Se para o vestibulando a comodidade é o principal ganho na hora de viajar com excursões, para os pais, segundo Smith, o melhor é a segurança oferecida. "Terá sempre alguém responsável por eles. Colocamos à disposição dos alunos um professor e um monitor, que os acompanham durante todo o tempo."
Mas se a ida até a faculdade escolhida é marcada por certa descontração, a volta geralmente tem um "clima mais pesado". Jennifer afirma que aqueles que sentem que não tiveram um bom desempenho voltam desanimados.


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