São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008
  Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CARREIRA

Curso de cinema foca em repertório cultural e prática

Crescimento da indústria aumentou a demanda por profissionais

LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

"O Pagador de Promessas" foi o primeiro filme brasileiro indicado ao Oscar, em 1962. Depois disso, vieram outros, como "O Beijo da Mulher Aranha", "Central do Brasil" e, atualmente, "Última Parada, 174". Nenhum levou a estatueta, mas todos ajudaram a elevar a importância do cinema brasileiro no cenário mundial.
Com o crescimento da indústria cinematográfica, aumentou também a necessidade de profissionais e, conseqüentemente, o número de cursos na área. Atualmente, há 28 cursos de cinema e 45 de audiovisual no país, segundo o Ministério da Educação.
O trabalho do cineasta envolve todas as áreas da produção de um filme. É dele a opinião final sobre cada parte da produção. Se ele acha que um figurino não está bom, lá vai trabalho para o figurinista, porque é ele quem terá de buscar outra roupa para o personagem.
Entre os cursos que surgiram recentemente, está o da Anhembi Morumbi. Com quatro anos, ele é dividido em duas partes. Os dois primeiros anos são focados em roteiro, e os dois últimos, em produção cinematográfica. "O curso forma o profissional que pode atuar em direção, montagem, edição de som, roteiro... Ele aprende todas as etapas da produção de um filme", diz a coordenadora, Silvia Helena Cardoso.
O curso do Senac também é recente. Formará a primeira turma de audiovisual -curso que dá formação mais ampla que o de cinema- no ano que vem. "Alguns alunos já trabalham, mas eles podem também montar o portfólio com os trabalhos da faculdade", afirma Ana Gianasi, docente do curso.
Para promover o seu curso, que tem três anos, e mostrar como é a área, o Senac organiza, nos dias 17 e 18, o "Fórum de Produção de Cinema" (inscrições pelo 0/xx/11/5682-7300 ou no site www.sp.senac.br/forumdecinema).
Na Faap, o curso tem mais de 50 anos, mas passa sempre por atualizações. "Nossos laboratórios são sempre os mais novos, para que o aluno saia daqui sabendo com o que se trabalha no mercado", afirma Eliseu Lopes Filho, vice-coordenador.
Como na Anhembi, na Faap a graduação é dividida em dois blocos. Um é o de humanidades, com disciplinas como sociologia e teoria da comunicação, e o outro é o núcleo especializado, em que os alunos aprendem a parte prática de direção de arte, foto, som e animação. "Humanidades é essencial para que o aluno tenha um repertório cultural", diz Lopes.
Segundo ele, é difícil dizer quanto ganha um cineasta recém-formado. "Depende muito do orçamento de cada obra", diz. Lopes afirma que, em média, um principiante ganha de R$ 600 a R$ 1.000 por semana. "O mercado está numa fase boa, a empregabilidade é alta."
Ricky Mastro, 30, se forma neste ano em cinema na Faap. Dirigiu cinco filmes durante o curso e participou de festivais, como o Mix Brasil. Ricky fez artes cênicas em Washington, mas quis conhecer outra área. "Com a faculdade de cinema, posso aumentar as minhas possibilidades." Sobre o glamour que ronda o cinema, Ricky adverte: "Glamour é no dia da estréia. Cinema é muito mais planejamento e organização".

Cinema
A faculdade de cinema prepara o aluno para trabalhar com cinema.

Audiovisual
Com o curso de audiovisual, o formado pode, além de trabalhar no cinema, atuar em TV, internet e outras mídias


Texto Anterior: Neste sábado: Cursinho popular fará aula sobre Fuvest
Próximo Texto: USP eliminou cinema e criou audiovisual
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.