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FÍSICA
O corpo humano e a física: parte 2
TARSO PAULO RODRIGUES
ESPECIAL PARA A FOLHA
Na última coluna, destacamos
que a transversalidade entre a
física e a biologia tem sido explorada em inúmeros temas nos vestibulares. Uma questão da Unifesp/2003, por exemplo, afirmava:
"O eletrocardiograma é um dos
exames mais comuns da prática
cardiológica. Criado no início do
século 20, é utilizado para analisar
o funcionamento do coração em
função das correntes elétricas que
nele circulam. Uma pena ou caneta registra a atividade elétrica do
coração, movimentando-se
transversalmente ao movimento
de uma fita de papel milimetrado,
que se desloca em movimento
uniforme com velocidade de 25
mm/s. A figura mostra parte de
uma fita e um eletrocardiograma.
Sabendo-se que a cada pico maior
está associada uma contração do
coração, determine a freqüência
cardíaca dessa pessoa, em batimentos por minuto".
Uma solução do exercício é observar que, durante duas contrações sucessivas, o papel deslocou-se 20mm com velocidade constante de 25mm/s. Como
o intervalo de tempo entre dois picos sucessivos é
0,8s, o que corresponde ao período do batimento cardíaco. Sendo
a freqüência cardíaca o número
de batimentos em um determinado intervalo de tempo, podemos
concluir que o ritmo cardíaco da
pessoa, em 60 segundos, atinge 75
batimentos por minuto.
Outra interessante interdisciplinaridade entre a física e a biologia
é a audiologia. A sensibilidade para ouvir sons varia bastante de
pessoa para pessoa. Em um adulto normal, os limites de audibilidade situam-se entre 20Hz (sons
graves) e 20.000Hz (sons agudos).
A nossa audição atinge a melhor
percepção na faixa de 2.000Hz a
4.000Hz, pois
somos mais
sensíveis a ondas sonoras
com comprimentos de onda cerca de quatro vezes o comprimento do canal auditivo externo. Para uma pessoa cujo canal
auditivo externo meça aproximadamente 2,5 cm, podemos determinar a freqüência a que seu ouvido é mais sensível. Como a velocidade (V) do som no ar é de
340m/s e se relaciona com o comprimento () e a freqüência da
onda (f) por meio da expressão
concluímos que,
para essa pessoa, a freqüência de
maior sensibilidade se encontra
em torno de 3.400Hz.
Tarso Paulo Rodrigues é professor e
coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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