São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2007
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TEMPO A FAVOR

Prova da Unicamp fica mais leve

Mudança foi motivada por queixas quanto a exames muito longos na área de humanas

Danilo Verpa/Folha Imagem
Thaís Cristina Vendramini, que aprova as mudança no vestibular da Unicamp em relação ao Enem


TOMÁS CHIAVERINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Deve ficar mais fácil a vida dos cerca de 50 mil estudantes que prestarão o vestibular da Unicamp. A instituição reduziu o número máximo de itens em cada questão, mas o tempo de prova permanece o mesmo -quatro horas.
Até o ano passado, a prova da instituição apresentava 12 questões, que vinham subdivididas em um número variável de itens -chegando a 36 em certos exames.
Para completar, o nível de dificuldade de cada porção do teste mudava, assim como a nota máxima na hora da correção.
O número de questões continuará o mesmo, mas cada uma delas terá, no máximo, dois itens valendo dois pontos cada um. Na hora da correção, cada subdivisão poderá receber apenas três conceitos: 0 para errado, 1 para parcialmente correto ou 2 para correto.
"A motivação para essa mudança foram os comentários que a gente vinha tendo ao longo dos últimos anos, especialmente em relação às provas de humanidades, que são muito longas", explica o coordenador do vestibular da Unicamp, Leandro Tessler.
De acordo com ele, apesar de se tornar mais leve, o processo seletivo não ficará mais fácil nem deixará de lado a busca por alunos que saibam elaborar e organizar processos complexos de raciocínio. "O objetivo do vestibular é selecionar os candidatos mais adequados a estudar na universidade, e eu acho que não precisamos fazer uma prova massacrante, detalhada, pesada para fazer essa seleção."
O coordenador avalia ainda que as questões padronizadas também vão melhorar a correção, que será menos subjetiva. "Também existem vantagens para nós, do ponto de vista de organização, o que nos permite uma correção melhor."

Alívio
No final do ano, o estudante Bruno Ribeiro Antonietto, 18, vai prestar vestibular em seis instituições diferentes para jornalismo, ciências sociais e audiovisual. Ele diz que se sentiu aliviado ao receber a notícia sobre as mudanças no processo seletivo da Unicamp.
"Era uma prova muito complexa, que exigia muito de você em pouco tempo. Acho que a mudança vai ajudar os candidatos", afirma Antonietto, que teve contato com o exame em simulados de cursinhos.

Enem
Além da mudança no formato da prova, os vestibulandos da Unicamp não poderão mais zerar na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para que a nota do exame seja somada à do vestibular.
A marca obtida em conhecimentos gerais do Enem poderá valer 20% do processo seletivo e será computada apenas quando resultar em vantagem para o candidato. Como essa parte do procedimento já era válida nos anos anteriores, ela não deve trazer grandes novidades para quem presta vestibular.
A cobrança da nota mínima na redação é uma forma de aprimorar o exame -que tem o objetivo de avaliar a qualidade do ensino médio.
A mudança será gradativa e valerá para quem fizer o Enem em 2007. As notas dos anos anteriores ainda serão válidas no processo seletivo deste ano.
"Nunca dei ênfase, mas sempre fiz a redação. Acho que a mudança é uma boa, pode ajudar no treino para a redação que vale no vestibular", afirma Thaís Cristina Vendramini, 19, que, pelo terceiro ano consecutivo, tenta uma vaga em medicina na Unicamp.
O vestibular da instituição seleciona para 2.954 vagas em 60 cursos na Unicamp e na Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto). A primeira fase acontece no dia 18 de novembro.


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