THAÍS NICOLETI DE CAMARGO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O tema da educação, freqüente nas provas de redação de vestibulares, costuma estimular o senso crítico dos estudantes, pois toca diretamente na realidade que estão vivenciando. O aumento da oferta de vagas no ensino superior, mesmo que visto com bons olhos, está longe de tranqüilizar os candidatos ao terceiro grau, pois a qualidade dos cursos ainda é motivo de preocupação.
Os dois fragmentos selecionados demonstram certa inquietação diante desse problema. O texto 2, mais explícito, investe na crítica à distorção responsável pela elitização das universidades públicas e ao aumento do número de vagas nas escolas sem garantia da qualidade de ensino.
O texto 1 condena a política neoliberal de privatizações estabelecida no país, que, segundo aponta, contém contradições, dado que o Estado negligencia suas instituições, mas continua cobrando da população pesados impostos.
Esse texto revela certa hesitação ou dificuldade de construir uma opinião clara sobre o assunto. Embora contenha aspectos críticos, atribui à "moda" questões de natureza política, o que sugere superficialismo. Além disso, resvala para o discurso publicitário ao descrever as instituições da rede particular como se a qualidade de uma escola realmente se medisse pela quantidade de computadores pessoais ou pelo conforto das instalações.