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ATUALIDADES
A África do Sul pós-apartheid
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Preocupado com a agenda interna, o presidente Lula cancelou
a visita que faria a África, mas
manteve a missão comercial que,
sob o comando do ministro do
Desenvolvimento, Luiz Fernando
Furlan, levou um grupo de empresários brasileiros ao país de
Nelson Mandela. O Brasil e a África do Sul têm intensificado suas
relações políticas e econômicas.
O intercâmbio comercial, que
praticamente inexistiu durante o
apartheid, regime de segregação
racial, tem perspectivas de alcançar US$ 3 bilhões nos próximos
anos. Há ainda a formação do G3
(Grupo dos Três), com a Índia,
para garantir ações mais articuladas no cenário internacional.
A África do Sul, com uma população de 44 milhões (70% de negros), vai superando as mais de
quatro décadas de apartheid. O
regime racista implantado na
Constituição pelo Partido Nacional, em 1948, negava direitos civis
à população negra.
Nos anos 80, a comunidade internacional impôs sanções econômicas ao país, maior produtor
mundial de ouro e de diamantes,
e pressionou o presidente Pieter
Botha a pôr fim ao apartheid e a libertar o preso político mais conhecido do mundo, Nelson Mandela. Mas as reformas só tiveram
início em 1989, com a ascensão de
Frederik de Klerk.
O Congresso Nacional Africano
(CNA) recuperou os direitos políticos, as leis do apartheid foram
gradualmente revogadas e Nelson
Mandela foi libertado em 1990,
após 28 anos de prisão. De Klerk e
Mandela receberam o Prêmio
Nobel da Paz em 1993.
No ano seguinte, foram realizadas as primeiras eleições livres no
país e Mandela chegou ao poder
com mais de 60% dos votos.
Ele deixou o governo em 1999,
substituído por Thabo Mbeki,
mas a África do Sul, livre do apartheid, tem um longo e difícil caminho a percorrer para a superação
das diferenças econômicas e culturais herdadas dos anos de segregação racial.
Roberto Candelori é professor do Colégio Móbile e do Objetivo. E-mail: rcandelori@uol.com.br
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