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CARREIRA
Agrônomo tem formação para atuar no cultivo e no agronegócio
Formado na área pode acompanhar desde o plantio até a comercialização de alimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a preocupação ambiental em alta, cresce a busca por
agrônomos, cuja função é usar
a agricultura, de maneira sustentável, para melhorar a vida
das pessoas. A graduação é antiga no Brasil -há cursos que
datam do século 19-, mas agora passa por mudanças para se
modernizar. Hoje, é oferecida
por 174 instituições, segundo o
Ministério da Educação.
A área de atuação do agrônomo é bastante ampla. Ele pode,
por exemplo, cuidar de granjas,
fazer represas, cultivar pastos e
trabalhar em grandes empresas de agroindústria, como usinas de cana-de-açúcar.
Para trabalhar nessas áreas,
o aluno aprende, na faculdade,
a lidar com a terra, com as
plantas e com os animais.
O curso da UFSCar, oriundo
da extinção do Instituto do
Açúcar e do Álcool, tem como
forte o cultivo da cana-de-açúcar. Mas, segundo o coordenador Davi Guilherme Gaspar
Ruas, o aluno tem uma formação ampla em diferentes plantações, como soja e milho, espalhadas pelos 200 hectares (2
milhões de metros quadrados)
da fazenda da escola, onde o
curso se chama engenharia
agronômica.
Os alunos da UFSCar conhecem ainda, por exemplo, como
controlar plantas infestantes
(ervas daninhas). "Eles saem
daqui aptos para atuar em diversas áreas", diz Gaspar Ruas.
Teoria e prática
O início dos cursos costuma
ser mais teórico, mas, a partir
do segundo ou terceiro ano, o
aluno passa a ter grande parte
da carga horária nas fazendas
das faculdades.
Na Unesp, o primeiranista
tem aulas de filosofia da ciência
e desenho técnico. Na engenharia agronômica da Esalq
(Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, as
primeiras aulas englobam cálculo diferencial e integral e estatística geral.
Na UnB (Universidade de
Brasília), o curso, que já tem
quase meio século, é dividido
em cinco grandes áreas: solo,
agricultura, agronegócio e ciências sociais aplicadas, zootecnia
e engenharia agrícola. "Aqui o
aluno aprende desde a parte do
plantio até a da entrega", diz o
coordenador José Américo
Soares Garcia.
Na Universidade Federal do
Mato Grosso, que já tem a graduação em agronomia em
Cuiabá e passará a oferecê-la
nos campi de Pontal do Araguaia e de Sinop, o primeiro
ano tem aulas de geometria, álgebra e introdução à ciência da
computação.
As disciplinas do primeiro
grau mais presentes nos cursos
de agronomia são: matemática,
biologia, química e física.
"Com química, por exemplo, o
profissional pode formular ração para animais", diz Garcia.
Com a primeira graduação
em contabilidade, Celso Galardnovic, resolveu, aos 48
anos, fazer o curso de agronomia. Ele já morou no norte do
Paraná, onde vivia em uma fazenda, e tem terras no sul de
Minas Gerais, onde planta café. Sempre ligado à terra,
achou que seria bom para os
seus negócios ter mais conhecimento na área.
Atualmente no quarto ano
da faculdade Cantareira -a
única na cidade de São Paulo,
segundo o MEC-, ele diz que
foi muito bom ter iniciado o
curso. "Invisto o que eu aprendo nas aulas nas minhas terras", diz ele. "Passei a cuidar
melhor da plantação, porque
aprendi a entendê-la."
(LUISA ALCANTARA E SILVA)
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