São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006
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CRÉDITO

Cerca de 400 mil já procuraram Fies

Tuca Vieira/Folha Imagem
Rodolfo de Oliveira Vaz, 18, que mesmo com bolsa de 60% tem dificuldades para quitar o curso


Programa do MEC oferece empréstimo, que deve ser pago depois do final da graduação

SIMONE HARNIK
VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de comemorar a aprovação em uma faculdade, uma dúvida: como fazer para arcar com as mensalidades? A saída a que muitos recorrem é o Fies (Programa Financiamento Estudantil), do Ministério da Educação, com inscrições abertas até o dia 19, para alunos do Prouni (Programa Universidade para Todos), ou até o dia 26, para os demais, e que tem reservado R$ 900 milhões em benefícios para o próximo ano.
Mas é bom ficar de olho, porque o programa -que já tem cerca de 400 mil estudantes beneficiados desde 1999- é um tipo de empréstimo, não uma doação do governo.
Ciente disso, Roberta Oguro, 24, que faz engenharia elétrica na FEI, decidiu em 2003 tentar uma vaga. "Estava com o orçamento apertado e ficaria difícil cursar a faculdade sem o auxílio", conta. Após formada, ela terá de pagar o financiamento (veja as regras ao lado).
Para o próximo ano, os estudantes do Prouni são prioridade do Fies. Os alunos com bolsa parcial pelo programa têm direito a financiar metade do valor que pagam às instituições. Todos os beneficiados com o financiamento terão um alívio: houve queda nas taxas de juros de 9% para 6,5% no ano. Já os alunos dos cursos de licenciatura, pedagogia, normal superior e dos cursos tecnológicos terão taxas de 3,5% ao ano.
Porém, a medida não se aplica a quem se formou e está quitando o financiamento. De acordo com o MEC, será enviado ao Congresso projeto de lei para expandir o benefício.
Antes de realizar o empréstimo, é preciso ficar atento: "Não é uma bolsa. Por isso o aluno deve levar em conta na hora a carreira e a instituição que lhe dê boas condições para pagar", alerta o diretor do Departamento de Modernização e Programas da Educação Superior, Celso Carneiro Ribeiro.
As críticas da UNE (União Nacional dos Estudantes) estão justamente na vinculação do programa às regras bancárias. "É preciso ter um fiador e nem todo estudante tem como conseguir um", afirma o presidente da entidade, Gustavo Petta.
Outra ressalva é o tempo para quitar a dívida, já que apenas no primeiro ano de formado é que as parcelas são menores. "É difícil se estabilizar no mercado. O certo seria ampliar esse prazo para dois anos", diz.


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