DA REPORTAGEM LOCAL

Quem só agora resolveu fazer cursinho pode optar pelas turmas de maio. Nesse tipo de curso, a matéria que normalmente é dada em todo o primeiro semestre é resumida em apenas dois meses. No segundo semestre, os novos alunos juntam-se aos que estavam no extensivo.
Para reduzir o tempo do primeiro semestre, os cursinhos aumentam o ritmo das aulas, diminuindo o número de exercícios de cada tópico e, muitas vezes, focando nas partes mais cobradas nos vestibulares. "Por exemplo, dentro de artrópodes, em biologia, há coisas que são mais cobradas. Nós preferimos focar em insetos e crustáceos e não abordar quilópodes", disse Ernesto Birner, coordenador do Anglo.
De acordo com ele, mesmo que o aluno não os veja em sala de aula, os assuntos estão presentes nos livros teóricos. "Os bons alunos costumam procurar os outros tópicos por conta própria." No final do ano, quando há a revisão, todos os temas são vistos novamente durante as aulas.
Outro modo de apressar o curso é não entrar em conteúdos específicos que só são cobrados em outros Estados ou em determinadas instituições.
"O início da matéria é mais básico, por isso podemos resumir até julho. Depois, quando os assuntos ficam mais complexos, o ritmo volta ao normal", disse Antonio Mario Salles, coordenador do Objetivo.
Além de quem não conseguiu decidir fazer ou não cursinho no início do ano, costumam fazer turmas de maio estudantes que entraram na faculdade mas não gostaram do curso, pessoas que não podem pagar o ano inteiro e estudantes do terceiro ano do ensino médio que preferiram dedicar o começo do ano ao colégio.
Esse foi o caso de Henrique Buchhorn Marques Silva, 17. Ele reservou o primeiro trimestre de aulas apenas à escola para, depois, não precisar de notas altas para ser aprovado.
"Agora deu uma folga", disse ele, que sairá do colégio, no Ipiranga, às 13h10, e entrará no cursinho, perto do metrô Vergueiro, às 14h.


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