São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003 | |
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CARREIRA/DESENHO INDUSTRIAL PROFISSIONAL TRANSFORMA EM DESENHO IDÉIAS DISCUTIDAS EM GRUPO ENVOLVIDO COM PROJETO Mercado exige criatividade e rapidez de designer
LUIS RENATO STRAUSS DA REPORTAGEM LOCAL Na década de 50, quando um designer era chamado por uma indústria para desenvolver um produto, ele tinha de percorrer toda a fábrica para ver quais seriam os limites que as máquinas utilizadas imporiam ao seu projeto. Hoje, o avanço da tecnologia permite que a criação seja o condutor da linha de produção, diz Auresnede Pires Stephan, coordenador da Faculdade de Desenho Industrial da Belas Artes e professor da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado) e da Faculdade Santa Marcelina. A planta da fábrica pode adaptar-se às idéias dos designers industriais. Isso possibilita uma reação mais rápida às exigências do mercado. "Conseqüentemente, houve uma adaptação desse profissional e dos cursos. Antes, as graduações eram direcionadas para uma formação mais técnica. Hoje, mantêm-se essa grade, mas há um enfoque em disciplinas como marketing, gestão de produto e sociologia do consumo", afirma. O designer trabalha com profissionais de outras áreas, como engenharia, marketing e finanças. Quanto maior o nível de detalhes do projeto, maior será o grupo. A função do designer será transformar as exigências em desenho. As terminologias também estão adaptando-se aos novos tempos. Com a informática e a internet, surgiram habilitações como a de webdesign, design de multimídia e design digital. Também são encontradas denominações como design de interfaces, design de embalagens e fashion design. Cada curso pretende enfocar um determinado segmento. Áreas distintas É possível, no entanto, separar duas grandes áreas distintas de formação. A primeira é conhecida pelos nomes de comunicação visual, programação visual ou design gráfico. Segundo Fábio Simões Grossi, coordenador do curso de desenho industrial do campus de Bauru da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a programação visual é o estudo de como representar graficamente uma informação, criando, organizando e definindo a melhor maneira de identificar e de apresentar uma idéia, seja ela um cartão de visitas ou um portal eletrônico. Na segunda área, projeto de produto ou design de produto, o graduado trabalhará com a criação de objetos. Em cada estudo de projeto, serão avaliados a função e o uso do objeto, para propor soluções de praticidade, de estética, de menor custo de produção etc. Pode criar de móveis e eletrodomésticos a equipamentos industriais. Quem optar pela área de projeto de produtos poderá seguir diferentes linhas de atuação. Uma está relacionada à criação de objetos únicos, de produção industrial restrita ou exclusiva, como móveis ou utensílios domésticos estilizados. A outra linha atenderá à fabricação em massa, procurando diminuir os custos na produção e obter preços mais acessíveis. Para Myrna de Arruda Nascimento, coordenadora do curso de desenho industrial da Unip (Universidade Paulista), os produtos devem combinar eficiência, qualidade estética e funcionalidade. "O cliente precisa olhar o produto e sentir-se contente com a aquisição. Uma recompensa emocional. Tem de valer o investimento e preencher as ambições pessoais." Na grade curricular do curso de desenho industrial, estão matérias como ergonomia, estética, sociologia, pesquisa de opinião pública, antropologia, matemática, economia, fotografia e desenho. Para a habilitação em projeto de produtos, serão oferecidas, no fim da graduação, disciplinas como materiais de construção, elementos de máquinas, teoria de fabricação e sistemas mecânicos. Para a habilitação em programação visual, haverá técnicas de animação e ênfase em produção gráfica. Texto Anterior: História: A "pax" que o imperialismo deseja Próximo Texto: Concorrência externa favoreceu campo de trabalho no Brasil Índice |
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