São Paulo, terça-feira, 08 de maio de 2007
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Licenciaturas focam ensino da arte

Exigência para lecionar nos ensinos fundamental e médio, cursos abrangem de música a dança

DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL

O palco é substituído pela sala de aula. O público, pelos alunos. Os aplausos, pela satisfação em ensinar. A mudança de cenário é feita por quem possui, além do talento artístico, também vocação para o magistério.
O vestibulando com essas aptidões pode optar pelos cursos de licenciaturas no campo da música, do teatro, da dança e das artes visuais. Assim como os cursos mais tradicionais de licenciatura -matemática, história e biologia, por exemplo-, eles também são necessários para dar aula nos ensinos fundamental e médio.
A bailarina e professora de dança Clara Gouvêa, 23, optou pelo curso de licenciatura em dança da Unicamp para obter uma formação mais completa.
"A universidade está voltada para a prática mas também para a pesquisa. Pensamos o que é a dança, estudamos história da arte. Temos até aula de psicologia ligada a dança, para conhecer estratégias pedagógicas e aprofundar o trabalho como educadores." Na hora de encontrar trabalho, Clara não teve dificuldade. "O diploma ajudou. Já dei oficina em colégios municipais e aulas em escolas livres de dança."

Licenciaturas
Os cursos de licenciaturas têm, em geral, quatro anos, e o professor pode dar aulas no ensino fundamental de quinta a oitava séries nas disciplinas para as que estiver habilitado. O curso de pedagogia, exigência para lecionar até a quarta série, dura cinco anos.
Quem procura cursos de licenciatura quer ingressar no mercado de trabalho mais rapidamente, afirma Neide Noffs, 59, coordenadora-geral do projeto da PUC-SP para a formação de professores da educação básica. "Os alunos querem ter um conhecimento específico numa área e, também, seguir o desejo de serem professores", diz. Na PUC, é possível atrelar o bacharelado à licenciatura, cujas disciplinas são integradas. "Antes, o aluno fazia três anos de bacharelado e, se quisesse ser professor, cursava algumas disciplinas na faculdade de educação. Agora, ele lida com a prática desde o primeiro ano."
Júlio Pereira, 40, aluno da licenciatura em filosofia do Mackenzie, ingressou na faculdade com o objetivo de fazer bacharelado, mas, motivado por professores, optou também pela licenciatura. "Apesar das dificuldades, a gente sempre tem a ideologia de que vai reverter tudo isso, mudar a educação."
O vestibulando César Augusto Araujo Oyakawa, 20, também planeja ser professor, mas a decisão foi mais por gostar de história do que pela influência de docentes. "Sempre explicava a matéria aos colegas", diz. "Além disso, o professor é um formador de opinião."


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