|
Próximo Texto | Índice
Licenciaturas focam ensino da arte
Exigência para lecionar nos ensinos fundamental e médio, cursos abrangem de música a dança
DANIELA ARRAIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
O palco é substituído pela sala de aula. O público, pelos alunos. Os aplausos, pela satisfação em ensinar. A mudança de
cenário é feita por quem possui,
além do talento artístico, também vocação para o magistério.
O vestibulando com essas aptidões pode optar pelos cursos
de licenciaturas no campo da
música, do teatro, da dança e
das artes visuais. Assim como
os cursos mais tradicionais de
licenciatura -matemática, história e biologia, por exemplo-,
eles também são necessários
para dar aula nos ensinos fundamental e médio.
A bailarina e professora de
dança Clara Gouvêa, 23, optou
pelo curso de licenciatura em
dança da Unicamp para obter
uma formação mais completa.
"A universidade está voltada
para a prática mas também para a pesquisa. Pensamos o que é
a dança, estudamos história da
arte. Temos até aula de psicologia ligada a dança, para conhecer estratégias pedagógicas e
aprofundar o trabalho como
educadores." Na hora de encontrar trabalho, Clara não teve dificuldade. "O diploma ajudou. Já dei oficina em colégios
municipais e aulas em escolas
livres de dança."
Licenciaturas
Os cursos de licenciaturas
têm, em geral, quatro anos, e o
professor pode dar aulas no ensino fundamental de quinta a
oitava séries nas disciplinas para as que estiver habilitado. O
curso de pedagogia, exigência
para lecionar até a quarta série,
dura cinco anos.
Quem procura cursos de licenciatura quer ingressar no
mercado de trabalho mais rapidamente, afirma Neide Noffs,
59, coordenadora-geral do projeto da PUC-SP para a formação de professores da educação
básica. "Os alunos querem ter
um conhecimento específico
numa área e, também, seguir o
desejo de serem professores",
diz. Na PUC, é possível atrelar o
bacharelado à licenciatura, cujas disciplinas são integradas.
"Antes, o aluno fazia três anos
de bacharelado e, se quisesse
ser professor, cursava algumas
disciplinas na faculdade de
educação. Agora, ele lida com a
prática desde o primeiro ano."
Júlio Pereira, 40, aluno da licenciatura em filosofia do Mackenzie, ingressou na faculdade
com o objetivo de fazer bacharelado, mas, motivado por professores, optou também pela licenciatura. "Apesar das dificuldades, a gente sempre tem a
ideologia de que vai reverter tudo isso, mudar a educação."
O vestibulando César Augusto Araujo Oyakawa, 20, também planeja ser professor, mas
a decisão foi mais por gostar de
história do que pela influência
de docentes. "Sempre explicava
a matéria aos colegas", diz.
"Além disso, o professor é um
formador de opinião."
Próximo Texto: Federal de SC forma professores de língua brasileira de sinais Índice
|