|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NA AULA
Dificuldades na área afastam profissional
Plano do governo federal prevê piso salarial nacional
Julia Moraes/Folha Imagem
|
Fernanda Lopes, que trabalha como professora em colégio de SP |
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo com déficit de professores, especialmente de
ciências (física, química e biologia) no ensino médio, e conseqüente excesso de vagas, são
poucos os profissionais que decidem atuar no magistério. A
procura escassa se deve a baixos salários, longas jornadas e
salas de aula abarrotadas.
Na tentativa de melhorar esse cenário, o governo federal
aposta no PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação),
lançado há duas semanas. Entre as medidas, estão a adoção
de um piso salarial nacional de
R$ 850 e a formação a distância
de professores pela Universidade Aberta do Brasil.
"Para o graduado, muitas vezes, é mais atraente seguir carreira acadêmica e fazer mestrado ou doutorado com bolsa do
que trabalhar como professor",
avalia Ronaldo Mota, secretário de Educação Superior do
Ministério da Educação.
A questão do piso salarial
também dificulta uma maior
adesão de profissionais. "Além
de insuficiente, há um problema de concepção do piso, que
inclui custos com transporte e
refeição, e não diferencia se a
formação do professor incluiu
mestrado ou doutorado", diz
Juçara Dutra Vieira, presidente
da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação.
Cláudio Fonseca, 51, que ensina em escolas públicas há 27
anos, afirma que a principal dificuldade no início da carreira é
a falta de treinamento. "Você
chega, recebe giz e apagador e
tem que começar a trabalhar."
Os obstáculos, porém, não
desestimularam Fernanda Assis Lopes, 27. Professora do Colégio Rio Branco, em São Paulo,
há quatro anos, ela realizou um
sonho de infância. "A sala de
aula sempre me fascinou."
Texto Anterior: Perfil profissional: Professor deve ter preparo técnico e capacidade de se relacionar Próximo Texto: Calendário Índice
|