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GEOGRAFIA
Os movimentos migratórios e suas causas
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Os deslocamentos populacionais costumam obedecer a uma lógica relativamente simples. As populações migram para melhorar a qualidade de vida. Migram para
fugir de uma guerra, de uma crise econômica, da pobreza, de perseguição política, da seca e de outros cataclismos naturais. Migram para conseguir emprego, para estudar, para ter mais saúde, para continuarem vivas.
Sabemos que as melhorias imaginadas pelos migrantes muitas
vezes não são alcançadas em sua
plenitude e que novos problemas
podem passar a fazer parte de seu
cotidiano. Nem sempre eles são
bem vindos aos lugares de destino
e muitas vezes enfrentam a xenofobia do povo local, a discriminação e a marginalização, constituindo um grande contingente de
cidadãos de segunda classe.
Os movimentos migratórios são
mais intensos nos países com
mais desigualdades regionais, naqueles onde poucas áreas muito
ricas dividem o espaço com outras muito pobres. Esse quadro é
comumente encontrado em países subdesenvolvidos industrializados, que, dependendo do ponto
de vista, são também chamados
de países em desenvolvimento ou
emergentes. Ocorrem também
entre países que apresentam níveis de desenvolvimento muito
díspares.
As migrações internas do Brasil
-como o histórico fluxo de nordestinos para o Sudeste, atraídos
pela expansão industrial, ou para
a Amazônia, atraídos pelos projetos agropecuários, minerais e industriais, e, mais recentemente,
da região Sul para o Centro-Oeste,
relacionado à expansão da fronteira agrícola- são freqüentemente abordadas nos exames vestibulares.
É preciso lembrar também as
migrações africanas, estimuladas
pela miséria e pelos conflitos étnicos, os fluxos de hispânicos para
os EUA e as migrações em direção
aos países mais ricos da União
Européia, vindas, por exemplo,
das ex-repúblicas socialistas ou de
ex-colônias.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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