São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
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CIDADES UNIVERSITÁRIAS

No interior, é melhor escolher casa próxima à faculdade

Setor de assistência social da universidade informa sobre moradia e bolsa
Silva junior/Folha Imagem
Colegas da república G8, de Campinas


RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ribeirão Preto, São Carlos, Franca e Araraquara. Todo ano, essas cidades do interior de São Paulo recebem centenas de universitários aprovados em graduações da USP, da Unesp e da UFSCar.
A dica para os estudantes que se mudam para municípios tradicionalmente universitários, como esses, é conhecer a cidade e o campus antes de se matricular na universidade.
"O ideal é que o aluno vá com os pais para se familiarizar. Ele verifica se a faculdade fica afastada do centro da cidade e já pode escolher um possível bairro para morar", afirma o psicoterapeuta Leo Fraiman, mestre em psicologia escolar pela USP.
Procurar uma casa perto da universidade é uma boa opção, porque o estudante pode ir a pé para as aulas, afirma Dalton Barreto, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). "Mas é importante andar em grupo para evitar assaltos, principalmente à noite. Verificar se o bairro é bem policiado também ajuda."
O estudante pode, ainda, procurar o setor de assistência social da universidade, que fornece informações sobre moradia e bolsas. Isso vale para todas as escolas, informa o professor da Unesp Henrique Luiz Monteiro, diretor do campus de Bauru.
Os sites www.unesp.br/ estudantil e www.sae. unicamp.br (o Serviço de Atendimento ao Estudante da Unicamp) trazem esse tipo de orientação. "Entre outras coisas, o aluno encontra na assistência social uma lista com endereços e preços de pensões e repúblicas perto do campus", afirma Monteiro.
"Já morei em pensão, quitinete e casa de família. Atualmente vivo numa república, e foi a melhor opção, porque estou com as minhas amigas", diz Andrea Bucci, 23, aluna do quinto ano de engenharia de computação da Unicamp.
Ela, que é de São Paulo, divide uma casa perto da Unicamp com mais oito garotas, todas alunas da instituição.
As meninas têm um acordo: só fazem grandes festas se todas concordam. "Não queremos destruir a casa em que vivemos. Além disso, a gente tem que estudar", afirma outra das moradoras da república, Cristina Torres, 21, que está no quinto ano de física biomédica.

Evitar o excesso
Elas dizem já seguir as recomendações feitas por Fraiman: evitar o excesso de festas e agir com bom senso.
"O estudante ganha liberdade da família na hora em que vai morar sozinho, mas tem que ter responsabilidade", diz o psicoterapeuta. Além de dosar o tempo entre estudos e diversão, o aluno vai ter que aprender a cuidar das contas e da limpeza da casa, por exemplo.
A ideia de viver longe não deve assustar os pais, diz Barreto, da UFSC. "É uma grande mudança, mas o jovem ganha em maturidade e aprende a se cuidar. Há formas de acompanhar a vida do filho, visitando-o sempre e conhecendo as pessoas com quem ele mora."
A experiência de viver sozinho também conta no mercado de trabalho. "Há empresas que preferem selecionar seus trainees entre esses alunos, porque eles aprendem a ser tolerantes e a lidar com personalidades diferentes", diz Fraiman.
Os diretórios acadêmicos e atléticas também são locais em que o calouro pode procurar vaga em república. "Os veteranos se organizam para receber os recém-chegados e oferecem espaço nas suas casas, mesmo que provisoriamente", afirma Carol Alonso, 20, aluna do terceiro ano de fisioterapia da USP de Ribeirão Preto.
Caso opte por uma pensão, o estudante vai encontrar regras mais rígidas, mas não vai ter que se preocupar em pagar contas, por exemplo, que ficam ao encargo do dono da casa.
Como outras universidades, a Unesp prepara um guia com telefones úteis, informações básicas sobre o campus e contatos de diretórios acadêmicos, que é distribuído aos calouros já no dia da matrícula.


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