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QUADRO-NEGRO
Rede particular paga até 6 vezes mais
Mesmo assim, de acordo com sindicato, falta a possibilidade de ascender dentro da escola
DA REPORTAGEM LOCAL
As escolas particulares representam 20,8% dos estabelecimentos de ensino do país e
são responsáveis por apenas
13,1% de todas as matrículas,
desde a educação infantil até o
ensino médio, segundo dados
de 2005 do MEC. Mas elas podem ser o caminho mais satisfatório para os professores.
"Se o ensino público tem
uma enorme necessidade de
professores, mas não valoriza
os salários e a carreira, a escola
particular é uma profissão rendosa", afirma Maurício Pietrocola, professor da Faculdade de
Educação da USP. "Os profissionais que fazem o curso em
boas faculdades são muito procurados pelo mercado privado
e chegam a ganhar até seis vezes mais que os professores de
escolas públicas", diz.
O piso salarial até a quarta série em São Paulo é de R$ 668,09
(para uma jornada de 24 horas
semanais). Da quinta série até o
ensino médio, fica em R$
773,41. Na rede particular, o piso salarial é um pouco maior e
calculado sobre a hora/aula.
Mas as escolas "top" costumam
pagar até bem mais que o piso.
O presidente do Sinpro (Sindicato dos Professores de São
Paulo), que representa os docentes das escolas particulares,
Luiz Antonio Barbagli, afirma
que o mercado tem se mostrado estável nos últimos anos,
mas ele aponta um lado negativo na rede privada. "A carreira é
estagnada. O professor só cresce economicamente quando
muda de escola."
Há espaço para quem tem
boa formação. Em 2005, apenas 47,7% dos professores de
primeira à quarta série tinham
nível superior. Em 1999, quando os dados começaram a ser
disponibilizados, só 23,3% tinham atingido esse grau de escolaridade.
A porcentagem dos professores licenciados aumentou a
partir da Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Ela apontava como
formação ideal a de nível superior. Em 1998, eram 240 os cursos de pedagogia. Em 2005, já
eram 1.731 de pedagogia e 1.180
de curso normal superior (regulamentado em 1999).
(SH)
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