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CARREIRA
Veterinária vai além do trabalho clínico
Boas universidades oferecem acesso a hospital veterinário e a fazenda, diz coordenador
RAFAEL SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Com agitação e muito barulho, as pequenas cabras observam as duas estudantes de veterinária enquanto são examinadas. Cada uma tem uma plaquinha: Branca, Manchinha, e
há até uma Renata entre elas.
Por vários meses, Samantha
Valadas, 22, e Mariane Borges,
21, ambas do quinto ano de medicina veterinária da USP, realizaram essa tarefa: tratar de
cães, gatos, cavalos, cabras e
outros animais. "É um curso
prático e que ensina o trabalho
clínico, mas vai além dele", diz
Enrico Ortolani, vice-diretor
da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP.
O curso, que tem duração de
cinco anos, ensina a trabalhar
com prevenção e tratamento de
saúde em animais, a atuar na
inspeção de produtos derivados dos bichos, como laticínios,
além de técnicas de criação e
produção de animais, como gado de corte.
"O candidato deve ficar atento, pois é indispensável que a
universidade ofereça acesso a
um hospital veterinário e a fazendas de animais para a realização de aulas práticas", relata
o coordenador do curso da
Unesp em Botucatu, João Carlos Pinheiro Ferreira.
A Unesp oferece a graduação
em três campi: Botucatu, Jaboticabal e Araçatuba. Como em
outras universidades, o último
ano é reservado para o estágio
obrigatório, que pode durar de
três meses a um ano.
"O aluno pode estagiar em
clínica de animais, pet shop, fazenda, órgão governamental
[como a Embrapa] ou empresa
de alimentos", afirma Ferreira.
Currículo
O currículo de medicina veterinária inclui disciplinas mais
teóricas nos três primeiros semestres, como genética, ecologia e bioquímica. É a partir da
metade do segundo ano que a
prática predomina, segundo os
coordenadores de cursos.
O aluno vai aprender, nesse
ponto, higiene alimentar, nutrição e noções de reprodução
animal, além de técnicas para
criação de animais, como suínos, aves e bovinos. No quarto
ano, começam as matérias clínicas -tratamento médico e cirurgia, obstetrícia, controle de
epidemias e inspeção sanitária
de produtos de origem animal.
O vestibulando que quer ingressar na carreira deve ter
boas noções de química, biologia, cálculo e habilidade manual para poder aprender cirurgias e operações clínicas, informa o vice-diretor da faculdade de veterinária da USP.
"A maioria dos alunos entra
no curso acreditando que vai
trabalhar apenas com cães e gatos, mas logo descobre que o
universo é muito maior", afirma Terezinha Knöbl, coordenadora do curso de medicina
veterinária da FMU.
Uma das áreas que têm atraído mais profissionais nos últimos anos é a de animais selvagens. "Minha melhor experiência foi um estágio no Aquário
Municipal de Santos", diz Mariane, cujo pai também é veterinário. "Cuidei da alimentação e
da saúde de tartarugas, peixes,
focas e pinguins."
Por ser integral, o curso da
USP é trabalhoso, mas apaixonante, avalia Samantha. "Quero trabalhar com medicina preventiva", diz. Ambas são amigas
desde o início da faculdade.
Neste ano, devem se separar
-viajarão para diferentes cidades dos EUA para fazer estágio.
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