São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007
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CARREIRA

Engenharia têxtil vai além do cálculo

Profissional projeta instalações e controla fabricação de tecidos de roupa até cinto de avião


A engenheira têxtil Silmara Trombeta, 27, que coordena o laboratório de uma empresa em que são feitos produtos químicos industriais

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A semelhança entre uma peça de roupa, um cinto de segurança e uma fralda de bebê pode parecer nula à primeira vista. Mas, para chegarem ao consumidor, esses produtos passam por processos controlados pela mesma indústria, a têxtil.
É o engenheiro têxtil quem projeta instalações, equipamentos e linhas de produção de tecelagens e de indústrias de confecção. O profissional também controla custos e processos industriais e coordena o trabalho de operários e técnicos para concretizar projetos.
"A indústria têxtil espera empregar profissionais com alto grau de empreendedorismo e que tenham conhecimento básico de todos os elos da cadeia de produção", afirma Sylvio Napoli, 62, gerente de infra-estrutura e capacitação tecnológica da Abit (Associação Brasileira de Técnicos Têxteis).
Napoli, que faz parte do Sinditêxtil-SP (Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São Paulo), afirma que a indústria recebe cerca de cem novos profissionais a cada ano, que são formados por seis instituições espalhadas pelo Brasil.
O Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana) oferece o curso desde 1964. "O aluno vê cálculo, estudo de fibras, fiação, controle de qualidade, além de engenharia de produção, que envolve marketing, gestão ambiental e planejamento estratégico", explica Camilla Borelli, 29, coordenadora do curso da FEI.
Já na USP Leste o bacharelado em tecnologia têxtil e da indumentária, cuja primeira turma se forma no ano que vem, oferece formação baseada nos pilares da tecnologia, do design e da administração.
"Preparamos os profissionais para atuarem imediatamente no mercado, já que a prática é fundamental", diz Moacyr Martucci Júnior, 56, coordenador do curso da USP.
Quando entrou na faculdade de engenharia da FEI, Júlio Davi Pinheiro, 26, não tinha muitas informações sobre a área têxtil. "Conversei com professores e me interessei pela engenharia têxtil, porque ela alia mecânica, química e produção. Interessei-me pela diversidade que a carreira proporciona."
Como todo "quase" profissional, Júlio está ansioso para entrar no mercado de trabalho.
"Para emprego, engenharia têxtil é uma boa área. Apesar da invasão de produtos chineses, o Brasil continua se dando bem diante da concorrência, porque prioriza a qualidade", analisa.
Silmara Trombeta, 27, conta que não teve dificuldade para entrar no mercado. Dois anos antes de se formar, ela começou a estagiar na Basf e foi contratada após a graduação. No laboratório que hoje coordena são produzidos produtos químicos usados na indústria têxtil. (DANIELA ARRAIS)


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