|
Texto Anterior | Índice
CARREIRA
Engenharia têxtil vai além do cálculo
Profissional projeta instalações e controla fabricação de tecidos de roupa até cinto de avião
A engenheira têxtil Silmara Trombeta, 27, que coordena o laboratório de uma empresa em que são feitos produtos químicos industriais
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A semelhança entre uma peça de roupa, um cinto de segurança e uma fralda de bebê pode parecer nula à primeira vista. Mas, para chegarem ao consumidor, esses produtos passam por processos controlados
pela mesma indústria, a têxtil.
É o engenheiro têxtil quem
projeta instalações, equipamentos e linhas de produção de
tecelagens e de indústrias de
confecção. O profissional também controla custos e processos industriais e coordena o
trabalho de operários e técnicos para concretizar projetos.
"A indústria têxtil espera empregar profissionais com alto
grau de empreendedorismo e
que tenham conhecimento básico de todos os elos da cadeia
de produção", afirma Sylvio
Napoli, 62, gerente de infra-estrutura e capacitação tecnológica da Abit (Associação Brasileira de Técnicos Têxteis).
Napoli, que faz parte do Sinditêxtil-SP (Sindicato da Indústria Têxtil do Estado de São
Paulo), afirma que a indústria
recebe cerca de cem novos profissionais a cada ano, que são
formados por seis instituições
espalhadas pelo Brasil.
O Centro Universitário da
FEI (Fundação Educacional
Inaciana) oferece o curso desde
1964. "O aluno vê cálculo, estudo de fibras, fiação, controle de
qualidade, além de engenharia
de produção, que envolve marketing, gestão ambiental e planejamento estratégico", explica Camilla Borelli, 29, coordenadora do curso da FEI.
Já na USP Leste o bacharelado em tecnologia têxtil e da indumentária, cuja primeira turma se forma no ano que vem,
oferece formação baseada nos
pilares da tecnologia, do design
e da administração.
"Preparamos os profissionais para atuarem imediatamente no mercado, já que a
prática é fundamental", diz
Moacyr Martucci Júnior, 56,
coordenador do curso da USP.
Quando entrou na faculdade
de engenharia da FEI, Júlio Davi Pinheiro, 26, não tinha muitas informações sobre a área
têxtil. "Conversei com professores e me interessei pela engenharia têxtil, porque ela alia
mecânica, química e produção.
Interessei-me pela diversidade
que a carreira proporciona."
Como todo "quase" profissional, Júlio está ansioso para
entrar no mercado de trabalho.
"Para emprego, engenharia
têxtil é uma boa área. Apesar da
invasão de produtos chineses, o
Brasil continua se dando bem
diante da concorrência, porque
prioriza a qualidade", analisa.
Silmara Trombeta, 27, conta
que não teve dificuldade para
entrar no mercado. Dois anos
antes de se formar, ela começou a estagiar na Basf e foi contratada após a graduação. No
laboratório que hoje coordena
são produzidos produtos químicos usados na indústria têxtil.
(DANIELA ARRAIS)
Texto Anterior: Programe-se: Calendário Índice
|