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CARREIRA
Radiologia ajuda a detectar doenças
Profissional deve estudar para conhecer corpo humano e perceber problemas usando a radiação
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
Quem já quebrou a perna
quase certamente conheceu
aqueles aparelhos de raio-X dos
consultórios. Até parece que é
só apertar um botão e os raios
são emitidos. Mas não. Quem
opera o instrumento é um profissional que faz muito mais do
que ficar clicando na máquina
de radiação e deve ter formação
específica para operá-la.
A graduação em radiologia é
antiga. Mesmo assim, só de
2001 para cá, pelo menos 20
cursos foram abertos no Brasil.
Segundo Fabio Barbieri,
coordenador do curso de radiologia da UniSant'Anna e supervisor técnico do setor de radiologia do Instituto de Ortopedia
do Hospital das Clínicas, o aumento da oferta de cursos se
deve às novas tecnologias, que
modernizam aparelhos e exigem profissionais cada vez
mais qualificados.
"Hoje, com o diagnóstico por
imagem [feito pelo técnico em
radiologia], é possível descobrir
doenças escurecendo ou clareando uma imagem que, antes, naquele filme [conhecido
como chapa], não era possível",
afirma Barbieri. "O graduado
acaba atuando como assistente
do médico."
O curso é voltado para quem
gosta das áreas de exatas e biológicas. Além de aulas de tecnologia, o aluno aprende sobre
anatomia, proteção radiológica
e fisiologia humana.
A graduação aparece com outros nomes. Na Unifesp, por
exemplo, o aluno que entra no
curso de tecnologia em saúde
pode optar pela habilitação em
radiologia no segundo ano.
Em muitas faculdades existe
o estágio obrigatório. A UniSant'Anna, por exemplo, está
implantando a atividade.
A partir de agosto, os alunos
farão uma parte da graduação
no Instituto de Infectologia
Emílio Ribas, trabalhando durante quatro meses no setor de
radiologia. "É muito enriquecedor poder colocar os alunos em
um ambiente de trabalho de
verdade", diz Barbieri.
"O profissional precisa conhecer muito bem o corpo humano e suas doenças", diz
Amaury de Castro, coordenador do curso da Uninove. "Precisa saber que parte do coração
está com problema", exemplifica. Ele diz que o campo da tomografia computadorizada e
da ressonância magnética é
muito amplo, e há sempre a necessidade de profissionais.
Campo de atuação
Além de trabalhar em hospitais, o profissional pode também atuar em clínicas veterinárias e odontológicas. Em indústrias, pode ainda trabalhar na
esterilização de embalagens de
alimentos, por exemplo.
Jailton Coutinho dos Santos,
41, está indo para o terceiro semestre de um curso de dois
anos e meio. Ele já trabalhava
com radiologia há 15 anos
-havia feito escola técnica na
área-, mas sentiu a necessidade de se atualizar e foi estudar.
"Angiografia [visualização radiológica de vasos do aparelho
circulatório], por exemplo, eu
nunca tinha aprendido", conta. "Agora posso trabalhar
com isso", diz ele, que acredita
que poderá receber aumento
depois de formado.
Os cursos técnicos, segundo
Amaury de Castro, da Uninove, não acompanharam a evolução dos aparelhos, como as
graduações o fizeram. "A área
da saúde investe muito em
modernização, e os profissionais também precisam acompanhar e se atualizar."
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