São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008
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CARREIRA

Radiologia ajuda a detectar doenças

Profissional deve estudar para conhecer corpo humano e perceber problemas usando a radiação

LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO

Quem já quebrou a perna quase certamente conheceu aqueles aparelhos de raio-X dos consultórios. Até parece que é só apertar um botão e os raios são emitidos. Mas não. Quem opera o instrumento é um profissional que faz muito mais do que ficar clicando na máquina de radiação e deve ter formação específica para operá-la.
A graduação em radiologia é antiga. Mesmo assim, só de 2001 para cá, pelo menos 20 cursos foram abertos no Brasil.
Segundo Fabio Barbieri, coordenador do curso de radiologia da UniSant'Anna e supervisor técnico do setor de radiologia do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas, o aumento da oferta de cursos se deve às novas tecnologias, que modernizam aparelhos e exigem profissionais cada vez mais qualificados.
"Hoje, com o diagnóstico por imagem [feito pelo técnico em radiologia], é possível descobrir doenças escurecendo ou clareando uma imagem que, antes, naquele filme [conhecido como chapa], não era possível", afirma Barbieri. "O graduado acaba atuando como assistente do médico."
O curso é voltado para quem gosta das áreas de exatas e biológicas. Além de aulas de tecnologia, o aluno aprende sobre anatomia, proteção radiológica e fisiologia humana.
A graduação aparece com outros nomes. Na Unifesp, por exemplo, o aluno que entra no curso de tecnologia em saúde pode optar pela habilitação em radiologia no segundo ano.
Em muitas faculdades existe o estágio obrigatório. A UniSant'Anna, por exemplo, está implantando a atividade.
A partir de agosto, os alunos farão uma parte da graduação no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, trabalhando durante quatro meses no setor de radiologia. "É muito enriquecedor poder colocar os alunos em um ambiente de trabalho de verdade", diz Barbieri.
"O profissional precisa conhecer muito bem o corpo humano e suas doenças", diz Amaury de Castro, coordenador do curso da Uninove. "Precisa saber que parte do coração está com problema", exemplifica. Ele diz que o campo da tomografia computadorizada e da ressonância magnética é muito amplo, e há sempre a necessidade de profissionais.

Campo de atuação
Além de trabalhar em hospitais, o profissional pode também atuar em clínicas veterinárias e odontológicas. Em indústrias, pode ainda trabalhar na esterilização de embalagens de alimentos, por exemplo.
Jailton Coutinho dos Santos, 41, está indo para o terceiro semestre de um curso de dois anos e meio. Ele já trabalhava com radiologia há 15 anos -havia feito escola técnica na área-, mas sentiu a necessidade de se atualizar e foi estudar. "Angiografia [visualização radiológica de vasos do aparelho circulatório], por exemplo, eu nunca tinha aprendido", conta. "Agora posso trabalhar com isso", diz ele, que acredita que poderá receber aumento depois de formado.
Os cursos técnicos, segundo Amaury de Castro, da Uninove, não acompanharam a evolução dos aparelhos, como as graduações o fizeram. "A área da saúde investe muito em modernização, e os profissionais também precisam acompanhar e se atualizar."


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