São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 2006
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UNIFESP

Federal de São Paulo expande cursos

Rodrigo Paiva/Folha Imagem
Ticiane Damasceno, que vai tentar uma vaga no curso de química no novo campus em Diadema


Ao todo, 610 novas vagas serão oferecidas no vestibular; Guarulhos e Diadema terão campus

MÁRCIO PINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem busca uma vaga em universidade pública terá novas oportunidades neste ano. A Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) vai oferecer 600 vagas em dois novos campi, um em Guarulhos e outro em Diadema. O número mais que dobra a quantidade atual, 490, e com outras dez abertas no campus Baixada Santista chegará a 1.100 em 2007.
A maior novidade será a expansão para as áreas de humanas e de exatas. Guarulhos terá 400 vagas em cursos de ciências sociais, pedagogia, história e filosofia. Já em Diadema serão ministrados os de farmácia e bioquímica, ciências biológicas, química e engenharia química, com 50 vagas cada um.
De acordo com o pró-reitor de graduação, Luiz Eugênio Mello, 49, os cursos foram pensadas de acordo com a realidade e demanda locais. Diadema, por exemplo, área rica em mananciais, sediará a graduação em ciências biológicas.
As carreiras serão interligadas, modelo já adotado no campus de Santos, inaugurado neste ano. Assim, alunos de diferentes cursos farão juntos algumas disciplinas. "O objetivo é formar profissionais mais completos e que saibam trabalhar em equipe", afirma Mello.
A interligação permitirá que os graduados em Guarulhos sejam também licenciados, além de bacharéis, com exceção do curso de pedagogia (apenas licenciados).

Desafio
A Escola Paulista de Medicina, fundada em 1933 e que se transformou em Unifesp em 1994, ficou tradicionalmente conhecida por seus cursos na área de ciências da saúde.
"É um desafio [oferecer cursos em outras áreas] que dá prazer. Tivemos uma experiência em Santos com bons resultados. Os alunos vestiram a camisa", afirma Mello.
O aumento no número de vagas oferecidas deve continuar. Uma nova expansão já está em negociação entre a Unifesp e o MEC (Ministério da Educação) para a construção de novos campi em Praia Grande, São José dos Campos e Santo Amaro (zona sul de São Paulo).

Estudantes
Ticiane Damasceno, 17, vai tentar uma vaga em um novo curso da Unifesp. A proximidade e a qualidade de ensino são os motivos apontados pela estudante do terceiro ano do ensino médio e residente em Diadema para tentar a carreira de química na federal. "É uma chance a mais em exatas. Por ser faculdade pública, acho que o curso será bom, mesmo sendo o primeiro ano."
O mesmo otimismo não é partilhado pela coordenadora-geral do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da Unifesp, Luciana Mayumi Gutiyama, 22. Ela afirma que os cursos já existentes têm problemas estruturais que deveriam ser resolvidos antes de uma expansão. "Temos problemas como a falta equipamentos e de livros. A variação dos cursos é algo positivo, mas de repente a qualidade de ensino não será mantida." Luciana afirma temer que os novos alunos não tenham os mesmos benefícios que os antigos, como o auxílio-saúde.
Sobre as críticas, Mello afirma que não conhece uma faculdade com livros para todos os estudantes e que os novos alunos terão os benefícios, mas não soube precisar quando.


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