São Paulo, terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
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HABILIDADE ESPECÍFICA

Provas de aptidão requerem nível de conhecimento alto

Para arquitetura, aula específica é imprescindível, afirma professora

PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o ritmo do vestibulando já é puxado, para um grupo de alunos a rotina de estudos inclui ainda atividades a mais, como desenhos, ensaios e leituras extras: são os candidatos aos cursos que exigem prova de habilidade específica.
Normalmente, essa prova de aptidão é pré-requisito para graduações ligadas às áreas de arquitetura e urbanismo, design, música, artes e dança.
Para Cleber Alves, coordenador da Companhia das Cordas, escola que prepara aspirantes ao vestibular de música, o teste não é exatamente de aptidão.
"Esse nome chega a ser engraçado, porque é uma prova técnica. Aptidão seria avaliar se o cara pode ser um bom músico. Mas essa prova vai muito além", diz Alves, a respeito do alto grau de exigência das provas de música no vestibular das estaduais paulistas.
A cobrança de teoria e assuntos como percepção auditiva e teoria musical fez Fernando Xavier, 15, que ainda está no primeiro ano do ensino médio, se adiantar. De olho na faculdade, o baterista já começou a se preparar. "Eu optei por fazer as aulas com calma para chegar bem ao vestibular."
Se em música o páreo é duro, em arquitetura esse processo é ainda mais complicado, dada a concorrência da carreira. No vestibular 2010, o curso esteve entre os dez mais procurados em USP, Unesp e Unicamp.
Por isso, cada pontinho é importante, inclusive os da prova de aptidão. Atentos a essa demanda, muitos cursinhos oferecem aulas específicas, voltadas para as provas de arquitetura. Em geral, são aulas à parte, cobradas separadamente e abertas a alunos de fora.
Martha Bucci, 19, acaba de passar na FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e considera que as aulas de linguagem arquitetônica que teve no Intergraus foram fundamentais para o seu sucesso no vestibular.
Para Fabiana Tannuri, professora de cursinho e arquiteta, é muito difícil conseguir passar sem uma orientação específica. "Essa prova é cruel para quem não tem acesso a um curso específico, porque exige habilidades que não são desenvolvidas no ensino médio", diz.
Carlos Egídio Alonso, coordenador da prova de habilidade específica da FAU, admite que poucos são os casos de alunos que passaram na USP sem assistirem a aulas específicas. "É recomendável uma preparação complementar ao ensino oficial, seja por meio de cursinho ou de aulas particulares", diz o professor, que classifica como "precário" o ensino de artes pré-universitário.


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