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HABILIDADE ESPECÍFICA
Provas de aptidão requerem nível de conhecimento alto
Para arquitetura, aula específica é imprescindível, afirma professora
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o ritmo do vestibulando já
é puxado, para um grupo de
alunos a rotina de estudos inclui ainda atividades a mais, como desenhos, ensaios e leituras
extras: são os candidatos aos
cursos que exigem prova de habilidade específica.
Normalmente, essa prova de
aptidão é pré-requisito para
graduações ligadas às áreas de
arquitetura e urbanismo, design, música, artes e dança.
Para Cleber Alves, coordenador da Companhia das Cordas,
escola que prepara aspirantes
ao vestibular de música, o teste
não é exatamente de aptidão.
"Esse nome chega a ser engraçado, porque é uma prova
técnica. Aptidão seria avaliar se
o cara pode ser um bom músico. Mas essa prova vai muito
além", diz Alves, a respeito do
alto grau de exigência das provas de música no vestibular das
estaduais paulistas.
A cobrança de teoria e assuntos como percepção auditiva e
teoria musical fez Fernando
Xavier, 15, que ainda está no
primeiro ano do ensino médio,
se adiantar. De olho na faculdade, o baterista já começou a se
preparar. "Eu optei por fazer as
aulas com calma para chegar
bem ao vestibular."
Se em música o páreo é duro,
em arquitetura esse processo é
ainda mais complicado, dada a
concorrência da carreira. No
vestibular 2010, o curso esteve
entre os dez mais procurados
em USP, Unesp e Unicamp.
Por isso, cada pontinho é importante, inclusive os da prova
de aptidão. Atentos a essa demanda, muitos cursinhos oferecem aulas específicas, voltadas para as provas de arquitetura. Em geral, são aulas à parte,
cobradas separadamente e
abertas a alunos de fora.
Martha Bucci, 19, acaba de
passar na FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e considera que as aulas de
linguagem arquitetônica que
teve no Intergraus foram fundamentais para o seu sucesso
no vestibular.
Para Fabiana Tannuri, professora de cursinho e arquiteta,
é muito difícil conseguir passar
sem uma orientação específica.
"Essa prova é cruel para quem
não tem acesso a um curso específico, porque exige habilidades que não são desenvolvidas
no ensino médio", diz.
Carlos Egídio Alonso, coordenador da prova de habilidade
específica da FAU, admite que
poucos são os casos de alunos
que passaram na USP sem assistirem a aulas específicas. "É
recomendável uma preparação
complementar ao ensino oficial, seja por meio de cursinho
ou de aulas particulares", diz o
professor, que classifica como
"precário" o ensino de artes
pré-universitário.
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