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CARREIRA
Curso de dança vai do estilo clássico ao contemporâneo
Currículo do primeiro ano na Unicamp é mais teórico e inclui anatomia
DA REPORTAGEM LOCAL
As luzes se apagam. A cortina
se abre. Um casal de bailarinos
entra em cena e se move com
graça ao som da música. A apresentação, chamada "Pardais", é
uma amostra do trabalho dos
alunos de dança da Unicamp.
"Os pilares da carreira são o
balé clássico, a dança moderna
e a contemporânea", diz a professora Ângela Nolf, coordenadora do curso. O aluno aprende,
por meio desses estilos, técnicas que pode usar em ritmos
variados, como frevo e xaxado
-alguns viram temas do trabalho de conclusão da graduação.
"O curso não foca as aulas em
um ritmo ou outro, mas dá ferramentas para o aluno aprender o que quiser", diz a professora da Unicamp Julia Ziviani.
O currículo do primeiro ano
inclui fisiologia, anatomia, história da arte e outras disciplinas teóricas. "O aluno de dança
precisa ter uma noção profunda da musculatura e dos movimentos do corpo", afirma Silvia
Geraldi, coordenadora do curso
da Anhembi Morumbi.
É a partir do segundo ano que
as disciplinas práticas passam a
ocupar quase toda a grade horária. Também há aulas de improvisação, criação coreográfica e produção cultural.
Após os quatro anos do curso,
além de se formar como bailarino, o aluno pode se tornar pesquisador ou professor -se fizer
aulas de licenciatura.
Um recém-formado que trabalha em uma companhia de
dança de porte médio ganha
entre R$ 1.000 e R$ 2.000. "Já
em um grupo estatal, como o
São Paulo Companhia de Dança, o salário chega a R$ 4.000",
afirma Silvia.
Prova específica
A prova específica da Unicamp, cujo curso, integral, é
bastante reconhecido, vai exigir do vestibulando no mínimo
dois anos de experiência em
dança, diz Ângela.
"Não é obrigatório. O aluno
pode não ter estudado nada e
ter talento, mas em geral as
chances são menores", afirma.
Neste ano, a concorrência na
Unicamp foi de 9,2 candidatos
por vaga -são oferecidas 25.
A Anhembi Morumbi e a Faculdade Paulista de Artes não
exigem prova específica.
Um dos "pardais" do início
do texto, o mineiro André Ricardo Liberato, 24, aluno do
quarto ano da Unicamp, ensaia
até quatro horas por dia antes
de uma apresentação.
Ele estudou um ano de psicologia antes de prestar Unicamp.
"Minha família aprovou a idéia
porque era um curso universitário. Se eu fosse seguir a carreira só com aulas de academia,
eles não aprovariam", diz.
Único homem de uma turma
de 25 pessoas, André conta que
"é muito difícil" haver mais do
que dois alunos do sexo masculino aprovados por ano.
A também mineira Flor Murta, 19, do segundo ano da Unicamp, fez par com André na
apresentação "Pardais" -uma
das dez preparadas por alunos
para uma mostra do curso,
ocorrida no último dia 6, em
um teatro na capital.
Flor estudou balé por oito
anos. "Escolhi o curso por realização pessoal. O bom da Unicamp é o contato com gente de
música, teatro e outros cursos
de arte."
(RAFAEL SAMPAIO)
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