São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2008
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CARREIRA

Curso de dança vai do estilo clássico ao contemporâneo

Currículo do primeiro ano na Unicamp é mais teórico e inclui anatomia

DA REPORTAGEM LOCAL

As luzes se apagam. A cortina se abre. Um casal de bailarinos entra em cena e se move com graça ao som da música. A apresentação, chamada "Pardais", é uma amostra do trabalho dos alunos de dança da Unicamp.
"Os pilares da carreira são o balé clássico, a dança moderna e a contemporânea", diz a professora Ângela Nolf, coordenadora do curso. O aluno aprende, por meio desses estilos, técnicas que pode usar em ritmos variados, como frevo e xaxado -alguns viram temas do trabalho de conclusão da graduação.
"O curso não foca as aulas em um ritmo ou outro, mas dá ferramentas para o aluno aprender o que quiser", diz a professora da Unicamp Julia Ziviani.
O currículo do primeiro ano inclui fisiologia, anatomia, história da arte e outras disciplinas teóricas. "O aluno de dança precisa ter uma noção profunda da musculatura e dos movimentos do corpo", afirma Silvia Geraldi, coordenadora do curso da Anhembi Morumbi.
É a partir do segundo ano que as disciplinas práticas passam a ocupar quase toda a grade horária. Também há aulas de improvisação, criação coreográfica e produção cultural.
Após os quatro anos do curso, além de se formar como bailarino, o aluno pode se tornar pesquisador ou professor -se fizer aulas de licenciatura.
Um recém-formado que trabalha em uma companhia de dança de porte médio ganha entre R$ 1.000 e R$ 2.000. "Já em um grupo estatal, como o São Paulo Companhia de Dança, o salário chega a R$ 4.000", afirma Silvia.

Prova específica
A prova específica da Unicamp, cujo curso, integral, é bastante reconhecido, vai exigir do vestibulando no mínimo dois anos de experiência em dança, diz Ângela.
"Não é obrigatório. O aluno pode não ter estudado nada e ter talento, mas em geral as chances são menores", afirma. Neste ano, a concorrência na Unicamp foi de 9,2 candidatos por vaga -são oferecidas 25.
A Anhembi Morumbi e a Faculdade Paulista de Artes não exigem prova específica.
Um dos "pardais" do início do texto, o mineiro André Ricardo Liberato, 24, aluno do quarto ano da Unicamp, ensaia até quatro horas por dia antes de uma apresentação.
Ele estudou um ano de psicologia antes de prestar Unicamp. "Minha família aprovou a idéia porque era um curso universitário. Se eu fosse seguir a carreira só com aulas de academia, eles não aprovariam", diz.
Único homem de uma turma de 25 pessoas, André conta que "é muito difícil" haver mais do que dois alunos do sexo masculino aprovados por ano.
A também mineira Flor Murta, 19, do segundo ano da Unicamp, fez par com André na apresentação "Pardais" -uma das dez preparadas por alunos para uma mostra do curso, ocorrida no último dia 6, em um teatro na capital.
Flor estudou balé por oito anos. "Escolhi o curso por realização pessoal. O bom da Unicamp é o contato com gente de música, teatro e outros cursos de arte." (RAFAEL SAMPAIO)


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