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      São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2003
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O QUE VOCÊ VAI SER?

JOVEM DEVE PROCURAR INFORMAÇÕES TANTO SOBRE A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL QUANTO SOBRE O CURSO, CONVERSANDO COM ACADÊMICOS E CONHECENDO O COTIDIANO DOS QUE ESTÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Não pule etapas na hora de decidir; autoconhecimento é o primeiro passo

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

O jovem sempre enfrenta um dilema na hora de escolher a sua profissão. Não há carreiras seguras ou aquelas que garantam o sucesso. Mas essa situação lhe oferece uma liberdade maior para escolher o que fazer. E para isso ele deve reunir o máximo de informações: de testes vocacionais a conversas com profissionais.
"O mercado está caótico. O resultado disso é que, por vezes, o jovem sabe o que quer, mas, devido a essa confusão, fica desorientado", afirma Yvette Piha Lehman, coordenadora do serviço de orientação profissional do Instituto Psicológico da USP.
O estudante também deve se preparar para defender as suas escolhas, tanto para si como para os outros. Isso será importante para que ele consiga acompanhar as mudanças de perfil do profissional exigido e enfrentar as dificuldades que encontrará.
O jovem primeiramente deve entender quais são as suas características pessoais. Pode começar com um exercício e responder às perguntas: o que gosta e faz. O que não gosta e faz. O que gosta e não faz. O que não gosta e não faz. O estudante deve enumerar o maior número de itens, diz Juliana de Andrade Vilas Boas, professora de psicologia da Universidade Federal do Paraná. Ela sugere que esse exercício seja feito com um amigo ou um parente. "Dificilmente discordamos de nós mesmos. Portanto será importante ouvir uma outra voz."

Informações
O aluno pode odiar um curso e gostar da profissão. Ou adorar o curso e odiar a profissão. Por isso será importante que ele conheça tanto a atuação do profissional quanto a grade curricular, conversando com os coordenadores da graduação, questionando alunos e professores e conhecendo o cotidiano dos que já estão no mercado de trabalho.
As instituições de ensino, apesar de possuírem o mesmo nome para os cursos, às vezes têm diferentes linhas de formação. A UFGRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por exemplo, não oferece psicologia organizacional. Quem pretende trabalhar com seleção e treinamento pode se frustar com o curso de psicologia da instituição, que valoriza outros ramos de atuação.
Vale lembrar que todos têm direito de visitar as universidades públicas e de serem orientados.
Uma vez que passou pelo processo de autoconhecimento, o jovem irá escolher como exercerá a sua atividade, diz Maria Célia Pacheco Lassance, coordenadora do serviço de orientação profissional da UFRGS. Um estudante, por exemplo, que gosta de psicologia, de trabalhar em causas sociais, de conviver com muita gente e de ficar longe do consultório, pode dar aulas em uma universidade e fazer pesquisas de rua.
Em outro exemplo, um jornalista pode ser repórter de um jornal diário ou fazer assessoria de imprensa para uma secretaria de Estado. Duas rotinas diferentes.
Será importante separar, após os exercícios de autoconhecimento, quais características são únicas desse indivíduo e quais são de uso comum na sociedade.
Uma pessoa que gosta de computador, afirma Pacheco Lassance, não tem de fazer informática. Existem inúmeras atividades profissionais que exigem essa habilidade. Ela, portanto, tem de saber se quer ser um usuário do computador ou um profissional que trabalha com criação de software e de hardware.

O mercado
O que se fala hoje é de empregabilidade, segundo Neli Barboza, coordenadora de consultoria em recursos humanos da Manager. Manter uma carreira estável dependerá do profissional ter uma formação sólida, conhecer o que a área dele exigirá e ficar antenado nas inovações.
Thomas Case, fundador do grupo Catho, diz que os jovens devem questionar, antes de fazer a sua opção, quais são os prognósticos para a área escolhida; se ela vai crescer; qual a tendência do número de vagas e como são os níveis de salário.


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