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FORA DA CLASSE
Parques, museus e palco viram sala de aula
Escolas preparam alunos para o vestibular com aulas alternativas
Carol Guedes/Folha Imagem
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Lorena Duarte, aluna do ensino médio, durante ensaio de teatro
CRISTINA LUCKNER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Imagine um cenário com
quadro-negro e giz. Apague tudo. Redesenhe a turma de alunos em uma aula de física num
parque de diversões, enquanto
aprende sobre gravidade brincando em um elevador em queda livre. No parque, os alunos
têm também uma aula de biologia, em que conhecem métodos
de reutilização da água.
Para que os alunos obtenham
um bom resultado no vestibular, as escolas têm cada vez
mais utilizado maneiras não-tradicionais de ensinar.
"É uma forma de os alunos
vivenciarem o que eles já
aprenderam, de forma lúdica.
Teoria e prática se unem num
ambiente diferente", diz a coordenadora do ensino médio do
colégio Sion, Maria Cristina Figueiredo, 58, sobre a iniciativa
da escola de levar os estudantes
do terceiro ano do ensino médio para o parque Hopi Hari, no
interior de São Paulo.
O passeio é opcional e acompanhado pelos professores de
física e biologia, que organizam
um roteiro com apostilas e
exercícios específicos para a
atividade. "Sabemos que, quanto mais recursos utilizarmos, a
aprendizagem será mais significativa", diz a coordenadora.
O Sion ainda promove visitas
a museus, faz sessões de filmes
dentro e fora do colégio e, nas
aulas de filosofia, estimula o lado criativo dos alunos, que produzem curtas-metragens baseados nos temas das aulas.
"Os vestibulares, além do conhecimento específico, têm se
preocupado com a cultura geral", afirma o diretor do ensino
médio do colégio Santa Cruz,
Fábio Aidar, 46. Algumas das
atividades desenvolvidas pelo
colégio envolvem debates com
produtores e diretores do cinema nacional e palestras sobre
temas como a situação política
e econômica do Brasil e o cenário internacional.
Viagens a cidades históricas
também fazem parte das atividades. Segundo Aidar, decorar
fórmulas e datas de eventos
históricos não basta para conseguir uma vaga na faculdade. É
preciso compreender o conteúdo. "A leitura sistemática dos
jornais tem tanta importância
quanto o conhecimento de uma
determinada fórmula química", afirma Aidar.
Vida normal
"Às vezes se passa tanto tempo estudando que se perde o
contato com a cultura, com a vida normal", afirma a estudante
do terceiro ano do colégio Santa Maria, Lorena Duarte, 17,
que leva a sério os ensaios do
seu grupo de teatro.
De esportes a encontros filosóficos, de sarau literário a debates sobre geopolítica, a candidata à escola de comunicação
e artes da USP diz que com isso
é possível desenvolver um raciocínio crítico.
Para Lorena, participar de
atividades extracurriculares é
mais importante do que saber
detalhes sobre as sementes e
folhas de plantas. "Saber detalhes das monocotiledôneas só
vai ser útil na hora da prova."
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