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NAS PALAVRAS
Interpretar é exigência das provas
Capacidade de reconhecer relações e identificar o contexto das questões é fundamental
VINÍCIUS CAETANO SEGALLA
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A questão traz uma notícia de
jornal, o trecho de um conto ou
uma poesia. A resposta está toda contida no enunciado, e ainda assim o vestibulando sofre
para chegar à alternativa certa.
São as perguntas de interpretação de texto, que testam a capacidade dos candidatos de
realizar uma leitura consistente e extrair do que foi lido todo
o significado.
Historicamente, pelo menos
um terço da prova de português
da Fuvest é composto por questões de interpretação de texto.
Isso não quer dizer, porém, que
outras perguntas também não
testem esta habilidade. Já houve casos, inclusive, de poemas e
crônicas serem utilizados em
questões de geografia e de história. A prova deste ano, que
promete aumento no número
de questões interdisciplinares,
deve exigir ainda mais o domínio desta aptidão.
Por não envolver um conteúdo programático específico,
muitos não sabem como estudar e desenvolver suas capacidades em interpretação. Para o
professor Eduardo Antonio Lopes, professor e co-autor do
material didático de português
do Anglo Vestibulares, o sentido do texto é sempre resultado
de uma relação. "Interpretar é
estabelecer e reconhecer relações entre partes do texto e entre o texto e o contexto em que
ele está colocado."
Para estudar, o professor recomenda que o aluno "torne
consciente uma operação que
normalmente faz inconscientemente": "É reconhecer no
texto as marcas responsáveis
por sentido e informação. São
os pronomes, o uso das expressões que funcionam como sinônimos e as conjunções".
Já a professora Célia Passoni,
coordenadora do Etapa, recomenda o treino com exercícios.
"Nos últimos momentos, quanto mais treino, melhor. E treino
se faz com exercícios: embora
eles não sejam exatamente
iguais aos que vão cair na prova,
há uma linha na confecção de
questões. Fazê-los dá traquejo
na hora de resolver questões."
Os professores, porém, concordam que saber interpretar
texto é algo que se aprende com
o decorrer dos anos, em um
processo lento. É o que mostra
o caso da estudante Tatiana
Santana de Sousa, 26, no quarto
ano de cursinho para medicina.
"Vim da escola pública e acho
que não tive estrutura nenhuma. Um dos maiores problemas
é a dificuldade de leitura. O difícil é interpretar, é uma dificuldade que vem desde o colégio.
Acho que isso é o pior para conseguir recuperar, mas cheguei à
segunda fase no ano passado e
agora estou confiante."
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