JOSÉ LUIZ PASTORE MELLO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Computador, videogame, batata frita e refrigerante em doses exageradas têm se mostrado uma combinação muito perigosa para os jovens. Pesquisas indicam que 30% das crianças e adolescentes de algumas cidades brasileiras estão com sobrepeso ou obesidade. O fato é que o jovem brasileiro tem trocado exercícios físicos por computador e videogame, tem ingerido excesso de alimentos ricos em açúcares simples e gorduras e, além disso, tem se mostrado muito suscetível às inúmeras estratégias de marketing da indústria de alimentos.
Acredite ou não, houve um tempo em que a garrafa de um litro de refrigerante era a medida padrão para uma família de quatro pessoas. Hoje, o mesmo fabricante sugere 2,5 litros. Estudos recentes, feitos nos EUA, mostram que o tamanho médio das porções individuais de carnes, massas e chocolates ultrapassam em 224%, 480% e 700%, respectivamente, as necessidades das pessoas.
Diante do alarmante quadro, um olhar sobre algumas fórmulas matemáticas pode ser útil para uma avaliação preliminar sobre obesidade e seus riscos. Nunca é demais lembrar que um diagnóstico preciso deve ser feito por médicos e nutricionistas.
O índice de massa corporal (IMC) é calculado dividindo-se o peso (p) de uma pessoa, em kg, pela altura (h), em metros, elevada ao quadrado (IMC=p/h2). Os valores de referência do IMC estão indicados na tabela acima. Para pessoas entre 40 e 49 anos, outro indicador interessante é o do peso limiar, que é o peso acima do qual os riscos de mortalidade começam a crescer de forma acentuada. O peso limiar (p) é o produto de 14,92 pela altura (h), em metros, elevada ao cubo (p=14,92.h3). O conjunto de pares ordenados (h,p) para uma pessoa entre 40 e 49 anos, com peso inferior ao limiar, e IMC na categoria de peso normal é a solução do sistema de inequações p14,92.h3, p25.h2 e p18,5.h2. Esta solução está representada graficamente em verde, e as coordenadas aproximadas dos pontos X e Y são, respectivamente, (1,67;70) e (1,24;28).