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CARREIRA
Ecólogo tem formação forte em geociências, biológicas e humanas
Ambiente é o objeto de estudo do profissional, que busca evitar danos à natureza
Patricia Stavis/Folha Imagem
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Renata Alves trabalha com monitoramento de tribos indígenas
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
prevê a construção de 130 quilômetros de ciclovias até 2010.
Reciclar lixo é cada vez mais comum em empresas e residências. O presidente eleito dos
EUA, Barack Obama, já mostrou comprometimento com a
diminuição da emissão de poluentes. O verde nunca esteve
tão em alta, e, junto com ele,
cresce a importância da profissão do ecólogo.
Além de trabalhar em empresas ou fazer consultoria em
projetos de impacto ambiental,
o profissional da área pode
atuar em órgãos públicos -como secretarias de Meio Ambiente-, ONGs, zoológicos ou
seguir carreira acadêmica e
realizar pesquisas.
É ele quem deve evitar riscos
ao ambiente. Quando o dano já
existe, ele deve diagnosticá-lo e
procurar formas de revertê-lo.
Um exemplo é na construção
de imóveis: antes de iniciar a
obra, a construtora deve enviar
um relatório a autoridades tratando do impacto ambiental
que aquela obra causará -e aí
entra o ecólogo, que pode fazer
esse trabalho.
No Estado de São Paulo, o
único curso de ecologia é o da
Unesp, segundo o Ministério
da Educação. Oferecida no
campus de Rio Claro (173 km
de São Paulo), a graduação existe desde 1976 e passa por freqüentes reestruturações.
Maria José Campos, professora e ex-coordenadora do curso, diz que a última mudança
foi em 2006, quando foram incluídas na grade disciplinas como ecologia da paisagem e ecologia molecular.
Além das matérias específicas, o aluno de ecologia tem
uma formação forte em humanas (antropologia, filosofia da
ciência e legislação ecológica,
entre outras), biológicas (genética, zoologia e fisiologia) e geociências (climatologia e mapeamento agroecológico).
"O curso é bastante equilibrado entre aulas práticas e
teóricas", diz Maria José. As aulas práticas incluem visitas a
unidades de preservação, como
parques e reservas ambientais.
Fabio Enrique Torresan, 36,
se formou na instituição em
1994 e, desde abril, trabalha
com monitoramento ambiental por satélite na Embrapa
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao
Ministério da Agricultura).
"Desde jovem tinha interesse
pelo ambiente."
Sua colega de profissão Renata Alves, 36, lida com mapeamento junto a comunidades indígenas. Ela já morou na região
Norte e hoje trabalha no Instituto Socioambiental, ONG que
lida com direitos sociais relativos ao ambiente. "Aprendo
com os índios. É um trabalho
que enriquece muito. E é muito
satisfatório."
Por não ser uma profissão regulamentada (leia mais ao lado), não há um piso salarial para os ecólogos. Mas Décio Luis
Semensatto Junior, presidente
da ABE (Associação Brasileira
de Ecólogos), afirma que ganha-se, em média, R$ 2.500. Já
um recém-formado recebe menos: de R$ 1.200 a R$ 1.500.
Mistura
A partir do ano que vem, a
UFSCar oferecerá o curso de
agroecologia, que mescla ecologia e agronomia. Segundo o
coordenador, Manoel Baltasar
da Costa, a graduação ensinará
a trabalhar com agricultura
respeitando a ecologia. "Hoje, a
forma como se planta é inadequada. Não se respeita o ambiente. Vamos dar uma dimensão ecológica à agricultura", diz
ele. Com duração de cinco anos,
o curso terá 40 vagas e a relação
candidato/vaga é de 2,45.
QUANTOS SÃO:
1.000
é o total de formados
em ecologia no país
700
é o número de ecólogos
que atuam na área
Fonte: Associação Brasileira de Ecólogos
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