São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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LITERATURA

Fontes alternativas ajudam a entender melhor cada obra

Assistir a peças e filmes relacionados a livro aumenta chances

DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO

Nove livros em três anos. A média de um livro a cada quatro meses é pequena, mas, se colocarmos na conta que os vestibulandos devem se lembrar de todos os personagens e de todas as histórias das obras, além de saber o contexto histórico da época em que viveram os autores e o gênero literário a que pertencem, e ainda estudar as outras disciplinas, a complicação fica um pouco maior.
Para não esquecer o conteúdo dos livros, professores aconselham os alunos a procurar outros trabalhos relacionados às obras e aos autores. Exemplo: o estudante que assistir a uma palestra sobre Machado de Assis vai estar mais embasado para responder às questões que um colega que apenas leu "Dom Casmurro".
"Os alunos estão percebendo que cada vez mais está sendo pedida a análise de alguns pontos dos livros nos vestibulares", disse Roberta Edo, coordenadora de língua portuguesa do colégio Santa Maria.
"Então, é importante procurar outros caminhos além da leitura, como assistir a peças ligadas aos temas ou épocas dos livros." Segundo Roberta, fazer fichas das leituras também ajuda a fixar as histórias e as características de cada personagem.
Foi o que fez o calouro Leonardo Labrada, 17. Para conseguir entrar em nono lugar na faculdade de música da USP, ele leu, releu e fez fichas dos nove livros. "Lia no horário livre, no ônibus, no metrô", conta ele. No caso de "Sagarana", de Guimarães Rosa, ele foi além: fez pesquisa sobre a obra e sobre a vida do autor em bibliotecas e na internet.
E Leonardo usou uma tática para não parar nas primeiras páginas: "Quando a leitura ficava meio pesada, eu colocava um marcador na página 150, por exemplo, e me obrigava a chegar lá em uma semana". O esforço todo valeu a pena. "Foram pontos preciosos."
É para que os alunos não percam esses pontos que o colégio Dante Alighieri baseia suas aulas de literatura do ensino médio nos livros da Fuvest.
Depois da leitura, os alunos apresentam documentários sobre a obra. Além disso, os professores indicam músicas e pinturas feitas na mesma época em que o livro foi escrito. "Assim eles têm mais argumentos para pensar", diz Maria Cleire Cordeiro, coordenadora de língua portuguesa da escola.

Extraclasse
Para conhecer mais sobre dois autores que estão nas listas da Fuvest e da Unicamp, a Casa das Rosas, na avenida Paulista (São Paulo), vai oferecer o curso "Machado e Rosa: Confluências às Margens da Prosa", ministrado pela professora Clenir Bellezi de Oliveira. Serão oito aulas (R$ 10, no total) que tratarão dos pontos comuns entre os trabalhos de Machado de Assis e Guimarães Rosa.
Mais informações pelo telefone 0/xx/ 11/3285-6986.


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