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Vale a pena saber - Atualidades
Unida, Colômbia pede a libertação dos reféns
"Homens, mulheres, civis, militares cadavéricos, à beira da
morte, amarrados às árvores (...)
Ver compatriotas com correntes
no pescoço foi mais do que nós,
colombianos, podíamos suportar". Laura Restrepo, escritora
colombiana
Rafael Hupsel - 4.fev.2008/Folha Imagem
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Comunidade colombiana que vive no Brasil protesta contra as Farc, no início do mês, em São Paulo
ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Com o lema "No más secuestros/no más mentiras/no más
muertes/no más Farc", milhares de manifestantes têm protestado em Bogotá para pedir o
fim dos seqüestros e a libertação dos reféns ainda em poder
das Farc, as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia.
Nas últimas semanas, forças
políticas de todos os matizes,
pró-Uribe ou oposicionistas,
abandonaram momentaneamente suas divergências para
dar um basta nesta situação,
pedindo a libertação imediata
dos reféns.
Manifestações semelhantes
ocorreram em mais de cem cidades, inclusive em São Paulo,
indicando que o mundo se mobiliza exigindo uma solução política que resulte na libertação
dos reféns, maiores vítimas do
enfrentamento histórico entre
os governos da Colômbia e os
guerrilheiros da Farc.
Alinhado aos EUA, que classificam o grupo colombiano como terrorista, o atual presidente, Álvaro Uribe, insiste em não
retomar o diálogo e continuar
com sua estratégia de derrotar
militarmente a guerrilha, por
meio da política denominada
"segurança democrática". No
entanto, parte dos colombianos, entre eles os familiares dos
reféns, evita tecer críticas diretas à guerrilha, optando por um
discurso que pressione para um
"acordo humanitário" -que
conta com a ajuda do venezuelano Hugo Chávez, um dos negociadores com as Farc.
Estima-se que nos últimos
anos as Farc tenham seqüestrado mais de 2.000 pessoas
entre empresários e proprietários de terras. Atualmente estão em poder do grupo cerca de
700 reféns, dos quais 40 são políticos ou militares. Destaca-se
entre esses a senadora Ingrid
Betancourt, ex-candidata à
Presidência, seqüestrada em
2002.
Movimento guerrilheiro de
orientação marxista, que atua
desde os anos de 1960, as Farc,
que na época defendiam uma
plataforma política centrada
nas questões sociais, atualmente vêem reduzido o número de
simpatizantes pelo continente
e também entre os colombianos. Fator que reforça a convicção de que há uma recusa definitiva à prática do seqüestro e
do uso da violência como forma
legítima de ação política.
ROBERTO CANDELORI é professor do Colégio Móbile
rcandelori@uol.com.br
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