São Paulo, terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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Vale a pena saber - Atualidades

Unida, Colômbia pede a libertação dos reféns

"Homens, mulheres, civis, militares cadavéricos, à beira da morte, amarrados às árvores (...) Ver compatriotas com correntes no pescoço foi mais do que nós, colombianos, podíamos suportar". Laura Restrepo, escritora colombiana

Rafael Hupsel - 4.fev.2008/Folha Imagem
Comunidade colombiana que vive no Brasil protesta contra as Farc, no início do mês, em São Paulo

ROBERTO CANDELORI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Com o lema "No más secuestros/no más mentiras/no más muertes/no más Farc", milhares de manifestantes têm protestado em Bogotá para pedir o fim dos seqüestros e a libertação dos reféns ainda em poder das Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
Nas últimas semanas, forças políticas de todos os matizes, pró-Uribe ou oposicionistas, abandonaram momentaneamente suas divergências para dar um basta nesta situação, pedindo a libertação imediata dos reféns.
Manifestações semelhantes ocorreram em mais de cem cidades, inclusive em São Paulo, indicando que o mundo se mobiliza exigindo uma solução política que resulte na libertação dos reféns, maiores vítimas do enfrentamento histórico entre os governos da Colômbia e os guerrilheiros da Farc.
Alinhado aos EUA, que classificam o grupo colombiano como terrorista, o atual presidente, Álvaro Uribe, insiste em não retomar o diálogo e continuar com sua estratégia de derrotar militarmente a guerrilha, por meio da política denominada "segurança democrática". No entanto, parte dos colombianos, entre eles os familiares dos reféns, evita tecer críticas diretas à guerrilha, optando por um discurso que pressione para um "acordo humanitário" -que conta com a ajuda do venezuelano Hugo Chávez, um dos negociadores com as Farc.
Estima-se que nos últimos anos as Farc tenham seqüestrado mais de 2.000 pessoas entre empresários e proprietários de terras. Atualmente estão em poder do grupo cerca de 700 reféns, dos quais 40 são políticos ou militares. Destaca-se entre esses a senadora Ingrid Betancourt, ex-candidata à Presidência, seqüestrada em 2002.
Movimento guerrilheiro de orientação marxista, que atua desde os anos de 1960, as Farc, que na época defendiam uma plataforma política centrada nas questões sociais, atualmente vêem reduzido o número de simpatizantes pelo continente e também entre os colombianos. Fator que reforça a convicção de que há uma recusa definitiva à prática do seqüestro e do uso da violência como forma legítima de ação política.


ROBERTO CANDELORI é professor do Colégio Móbile
rcandelori@uol.com.br


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