São Paulo, terça-feira, 19 de agosto de 2008
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ITA

Escola de engenharia oferece opção para seguir carreira militar

Inscrições para 2009 estão abertas até 15 de setembro

Leonardo Colosso/Folha Imagem
A aspirante Joice Faria Amaral, 22, que cursa engenharia civil

FERNANDA CALGARO
ENVIADA ESPECIAL A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

O refeitório é chamado de rancho. As residências estudantis, de alojamentos. Em vez de porteiros vigiando as catracas do campus, homens armados fazem a identificação dos visitantes. Apesar disso, o ambiente militar do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), no pólo aeroespacial de São José dos Campos, a 97 km de SP, não intimida e está muito longe da realidade imaginada por boa parte dos vestibulandos.
A instituição, que oferece cinco tipos de graduação em engenharia, está com inscrições abertas para o vestibular 2009 até o dia 15 de setembro. A taxa é de R$ 90. O processo seletivo é concorrido -no ano passado, cada vaga foi disputada por mais de 50 candidatos. A nota do Enem não é usada.
Por ter a finalidade de formar profissionais de interesse para a Força Aérea Brasileira, os pré-requisitos para se inscrever são bem específicos. O candidato deve ser brasileiro e solteiro, ter até 23 anos e não pode ser arrimo de família (responsável pelo sustento). Para 2009, serão 130 vagas. Dessas, até 25 serão para quem optar pela carreira militar. Desde 1995, as mulheres também podem concorrer às vagas.
As opções de engenharia são aeronáutica, mecânica, civil-aeronáutica, eletrônica e computação e devem ser marcadas na ficha de inscrição.
Os cinco anos do curso, que é público (o ITA é uma organização subordinada ao Ministério da Defesa) e gratuito, são em tempo integral. Os dois primeiros anos, porém, são básicos, e há matérias específicas da área escolhida somente a partir do terceiro. Além disso, simultaneamente ao primeiro ano da graduação, todos são obrigados a fazer o treinamento para se tornar oficial da reserva da Aeronáutica, mesmo aqueles que não optaram pela carreira militar. No período, recebem um soldo de cerca de R$ 600.
É também a partir do terceiro ano que ocorre a divisão entre os que vão seguir a carreira militar ou permanecer civis. Os aspirantes a oficial voltam a ter treinamento e passam a receber, então, cerca de R$ 3.000.
No campus, há alojamento, por R$ 50 ao mês, para todos os estudantes, e as refeições são gratuitas, assim como atendimento ambulatorial médico-odontológico. Os apartamentos, de três quartos, têm capacidade para duas pessoas por quarto. Há ainda comodidades como lavanderia, locadora de filmes, supermercado, bancos, restaurante, salão de cabeleireiro, academia e capela.
Morar no campus é opcional e, mesmo para quem vive lá, não há controle sobre horários. "Ao contrário do que todo mundo imagina, nós temos total liberdade para sairmos na hora em que quisermos", afirma a aspirante Joice Faria Amaral, 22, que cursa o terceiro ano de engenharia civil e é de Campos dos Goytacazes (norte do Rio). "Podemos namorar, sair, ir para a balada, mas o curso é puxado e exige dedicação."
Danilo José Franzim Miranda, 18, concorda. Apesar de estar ainda no primeiro ano, ele diz ter se adaptado logo ao ritmo exigente do ITA. "É que eu estudei em colégio militar em Brasília, que também tem um ensino mais rigoroso."


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