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ATÉ QUANDO TENTAR?
ESCOLHA PODE ESTAR LIGADA À VISÃO FANTASIOSA DA PROFISSÃO E À PRESSÃO DA FAMÍLIA
Após várias tentativas, é hora de reavaliar opção por curso
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de algum tempo tentando ser aprovado, é natural que
o vestibulando tenha dúvidas sobre sua escolha. Antes de mudar
de idéia, entretanto, ele deve procurar se informar sobre outras
possibilidades de carreiras e faculdades e sobre seus desejos.
Segundo Norma Garbulho,
orientadora vocacional da Unesp,
o vestibulando deve tentar analisar por que deseja tanto determinada carreira. "Muitas vezes o jovem tem um sonho de infância
baseado em uma visão fantasiosa
da profissão. Ele deve se informar
para saber se sua visão corresponde à realidade atual da carreira."
A pressão da família também
pode ser o motivo da persistência.
Esse foi o caso de Mônica da Silva
Rodriguês, 20, que em seu primeiro ano de cursinho tentou medicina, segundo ela por pressão dos
pais. Em 2001, ela prestou vestibular para medicina novamente,
mas na Unicamp tentou letras,
curso para o qual se inscreverá na
USP, na Unicamp e na PUC-SP
neste ano. "Agora estou mais motivada. No fundo, acho que antes
não queria passar."
Antes de desistir de uma carreira, entretanto, o vestibulando deve procurar informações sobre a
nova escolha, segundo aconselha
o orientador vocacional Silvio
Bock. Trocar medicina por um
curso semelhante sem se informar pode ser arriscado. "Enfermagem ou fisioterapia não são
"mais ou menos" medicina. São
profissões diferentes, e o estudante deve encará-las assim, senão
pode se frustrar."
No segundo ano de cursinho,
Ana Cristina Bezerra Rocha, 22,
além de enfermagem, como no
ano anterior, decidiu tentar uma
vaga em química em outras faculdades. "Sempre gostei de química, mas não me arriscava prestar
vestibular para essa carreira porque tinha dificuldade em matemática. Resolvi ampliar o conjunto de opções porque não queria
mais fazer cursinho. Hoje, não
trocaria meu curso por nenhum",
disse ela, que está no segundo ano
de química no Mackenzie.
Para ter mais chances de entrar,
Ana Cristina também aumentou
o número de faculdades em que
prestou vestibular. No primeiro
ano, ela tentou apenas na USP e,
no segundo, fez "uma maratona
de provas", tentando até em outros Estados.
Segundo Liomar Quinto de Andrade, orientador vocacional do
Instituto Sedes Sapientiae, tentar
vários vestibulares, e não apenas
uma ou duas faculdades, pode ser
interessante. "Será que a vida oferece apenas um canal para que o
jovem aposte tudo nele? Há outras opções que ele pode tentar
também."
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