São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 2006
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MAIS CALMA

Até CVV registra mais ligações na época de vestibular

Procura por psicólogos de cursinho também cresce

Filipe Redondo/Folha Imagem
A candidata Natália Sanches, que afirma comer muito doce


FERNANDA NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como saber se escolhi o curso certo? Se eu não passar no vestibular, o que vai acontecer? Como as pessoas vão receber isso? O que fazer para me sentir mais seguro? Esses são alguns dos questionamentos que os voluntários do CVV (Centro de Valorização da Vida) ouvem de vestibulandos todos os dias.
O serviço, que teve cerca de 250 mil contatos em 2005, tem um aumento de ligações de jovens todos os anos nos meses de julho e de dezembro por causa do vestibular.
"Sinto que eles ligam porque aqui podem mostrar fragilidade, o que é muito difícil deixar vir à tona com os pais, amigos e familiares", afirma a porta-voz do CVV Elaine (ela não revela o sobrenome porque o serviço mantém a identidade dos voluntários sob sigilo). As pessoas que telefonam, mandam e-mails ou comparecem às unidades do CVV também não precisam se identificar.
Durante os atendimentos, quase a totalidade deles feitos por telefone, o jovem conta quais são os motivos de sua angústia, muitos deles ligados ao medo do vestibular, e o voluntário, do outro lado da linha, procura ajudá-lo a ter confiança na própria capacidade. "Procuramos dar respostas compreensivas para que a pessoa se sinta melhor e, ao mesmo tempo, respeitada."
No Cursinho da Poli, que mantém um serviço de psicologia à disposição dos alunos, ocorre o mesmo que no CVV. O número de atendimentos do serviço sobe 30% no segundo semestre do ano. Passa de 90 por mês para 120.
Além dos atendimentos ligados à orientação profissional e à organização de estudos, os psicólogos também atendem a adolescentes que querem, apenas, desabafar sobre questões pessoais.
As preocupações são parecidas com as dos jovens que ligam para o CVV. "Em geral, eles falam sobre como estão tensos em relação às provas, dizem que se sentem muito cobrados e ficam se perguntando o que farão no ano seguinte se não passarem no vestibular", afirma André Meller, coordenador do serviço de psicologia.
Para ele, aliado à tensão há o esgotamento físico que atinge os estudantes no final do ano. "Alguns começam a ter problemas derivados do estresse de meses de estudo. Têm gastrite, dificuldade para dormir."


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