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MAIS CALMA
Até CVV registra mais ligações na época de vestibular
Procura por psicólogos de cursinho também cresce
Filipe Redondo/Folha Imagem
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A candidata Natália Sanches, que afirma comer muito doce |
FERNANDA NOGUEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como saber se escolhi o curso certo? Se eu não passar no
vestibular, o que vai acontecer?
Como as pessoas vão receber
isso? O que fazer para me sentir
mais seguro? Esses são alguns
dos questionamentos que os
voluntários do CVV (Centro de
Valorização da Vida) ouvem de
vestibulandos todos os dias.
O serviço, que teve cerca de
250 mil contatos em 2005, tem
um aumento de ligações de jovens todos os anos nos meses
de julho e de dezembro por
causa do vestibular.
"Sinto que eles ligam porque
aqui podem mostrar fragilidade, o que é muito difícil deixar
vir à tona com os pais, amigos e
familiares", afirma a porta-voz
do CVV Elaine (ela não revela o
sobrenome porque o serviço
mantém a identidade dos voluntários sob sigilo). As pessoas
que telefonam, mandam e-mails ou comparecem às unidades do CVV também não precisam se identificar.
Durante os atendimentos,
quase a totalidade deles feitos
por telefone, o jovem conta
quais são os motivos de sua angústia, muitos deles ligados ao
medo do vestibular, e o voluntário, do outro lado da linha,
procura ajudá-lo a ter confiança na própria capacidade. "Procuramos dar respostas compreensivas para que a pessoa se
sinta melhor e, ao mesmo tempo, respeitada."
No Cursinho da Poli, que
mantém um serviço de psicologia à disposição dos alunos,
ocorre o mesmo que no CVV. O
número de atendimentos do
serviço sobe 30% no segundo
semestre do ano. Passa de 90
por mês para 120.
Além dos atendimentos ligados à orientação profissional e
à organização de estudos, os
psicólogos também atendem a
adolescentes que querem, apenas, desabafar sobre questões
pessoais.
As preocupações são parecidas com as dos jovens que ligam para o CVV. "Em geral,
eles falam sobre como estão
tensos em relação às provas, dizem que se sentem muito cobrados e ficam se perguntando
o que farão no ano seguinte se
não passarem no vestibular",
afirma André Meller, coordenador do serviço de psicologia.
Para ele, aliado à tensão há o
esgotamento físico que atinge
os estudantes no final do ano.
"Alguns começam a ter problemas derivados do estresse de
meses de estudo. Têm gastrite,
dificuldade para dormir."
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