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DE LONGE
Graduação a distância amplia acesso ao ensino
Oferta de cursos tem crescido; governo irá recadastrar pólos
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os cursos de graduação a distância ou não-presenciais são
uma modalidade de ensino em
que o aluno quase não vai à faculdade e, às vezes, só o faz para
responder às provas.
Em geral, uma parte da carga
horária do programa é presencial e a outra, consideravelmente maior, a distância. Há
cursos ainda totalmente on-line, em que o estudante só realiza a prova in loco.
Para isso, os cursos se valem
bastante de recursos tecnológicos, como internet, bate-papo
virtual, áudio ou videoconferência, rádio e TV. Mas o correio também é usado.
As atividades presenciais
costumam acontecer nos pólos,
unidades de ensino conveniadas com a faculdade.
Em sala de aula, sempre deve
haver um professor, que é chamado de tutor, que irá passar
atividades e auxiliar nas dúvidas. Também há um tutor a distância, que fica na universidade, acessível por e-mail, portal
da instituição na internet ou telefone. No entanto, o diploma é
expedido pela faculdade a qual
o curso pertence.
Michelangelo Martins Alves,
26, vai uma vez por semana no
pólo da faculdade que cursa a
distância. "Costumo acessar o
material pela internet em geral
de madrugada, que é quando dá
tempo. E, se tenho alguma dúvida, escrevo no portal e em até
12 horas tenho a resposta. Posso também ler textos de apoio
da biblioteca virtual", diz.
Um decreto do final do ano
de 2005 regulamentou a equivalência irrestrita entre diplomas presenciais e a distância.
"Por lei, o diploma de um
curso a distância tem validade
idêntica a qualquer outro curso
presencial", afirma Ronaldo
Mota, secretário de Educação a
Distância. Um decreto do mês
passado prevê ainda o recredenciamento de todos os pólos
do país. "A intenção é ter um
controle maior e preservar a
qualidade", diz.
Para fazer o curso, o estudante tem de passar pelo processo
de seleção normalmente.
Democratização
Em 2005, havia 82 cursos de
graduação e tecnológicos a distância credenciados e mais de
109 mil alunos matriculados,
segundo o Anuário Brasileiro
Estatístico de Educação Aberta
e a Distância de 2006.
"A implantação da educação
a distância é muito recente no
país, data do fim da década de
90", afirma Waldomiro Loyolla, diretor-científico da Abed
(Associação Brasileira de Educação a Distância).
"A oferta de cursos de graduação a distância tem crescido
bastante nos últimos anos no
Brasil. Considero isso importante para ampliar o acesso ao
ensino superior, mas é preciso
ficar atento para não haver
queda na qualidade", pondera
Nelio Bizzo, professor de metodologia do ensino a distância da
faculdade de educação da USP.
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