DA REPORTAGEM LOCAL

As provas de meio de ano também podem ser uma boa opção para quem quiser preparar o ânimo para os vestibulares de verão, diz Fabiano Fonseca da Silva, psicólogo do Instituto de Psicologia da USP. Diferentemente de um simulado, os exames dão ao estudante a oportunidade de conhecer o clima real de um exame.
Antecipar as provas e preparar-se para o estresse que irá sofrer, diz Silva, pode auxiliar na hora de responder às questões do vestibular. O aluno terá a vantagem de aprender a administrar o tempo, a ansiedade e o nervosismo durante a prova. "Nessa fase do ano, o estudante que pretende participar do processo seletivo de janeiro ainda não tem toda a matéria na cabeça. Portanto as provas de julho servem mais para trabalhar a mente do que para testar os conhecimentos."
Apesar de melhorar o rendimento de algumas pessoas, isso não é uma regra para todos. Ricardo Valadão Mantovani, 28, que está tentando entrar em medicina há quatro anos, afirma que fica mais nervoso a cada prova que realiza.
"Contando os simulados e os vestibulares, já fiz mais de 35 provas. Mesmo assim, não consigo me controlar." Ele procurou a ajuda de um psicólogo para tentar acalmar a mente na hora dos exames. "Espero que isso melhore."

Quebra do ritmo
Um dos efeitos colaterais possíveis dos vestibulares de inverno, aponta Fonseca, é a quebra do ritmo do preparo para as provas de janeiro, caso o estudante passe em algum vestibular de julho. O vestibulando, ao entrar em uma faculdade, afirma, pode acabar descuidando de seus estudos e não atingir as suas metas. "Se ele garante uma vaga agora, quem sabe vá perder a vontade de se arriscar em vestibulares mais difíceis ou de gastar a energia nos livros."
O resultado das notas também precisa ser trabalhado com consciência, diz o coordenador da unidade Sergipe do Anglo Vestibulares, Ernesto Birner. "O aluno não deve sair arrancando os cabelos caso não passe ou não tenha um bom resultado no vestibular de inverno. Isso é apenas um indicador do que deve ser trabalhado."



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