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APTIDÃO
Dependendo da carreira, vestibulando precisa ter conhecimento prévio para se sair bem
Prova de habilidades exige preparo
FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um mês antes do vestibular,
Bruno de Souza Sanches, 19,
saiu do cursinho para tocar violão. Insensatez? Para ele, não.
Sanches decidiu se preparar
melhor para a prova de habilidade específica da USP e deu
certo: foi aprovado no curso de
licenciatura em música.
Na faculdade, ele se dedica ao
violão erudito, que começou a
estudar aos 15 anos e depois se
formou no conservatório musical de Presidente Prudente, no
interior paulista.
Assim como Sanches, os vestibulandos devem ir para as
provas de aptidão com domínio
da técnica, ou, dependendo do
curso, ter ao menos boas noções, para se saírem bem, segundo recomendação de professores que fazem os exames.
"O candidato já tem de ser
músico; a graduação é uma continuação dos estudos. É como
uma pessoa tentar uma vaga
em engenharia sem nunca ter
estudado matemática", explica
Adriana Lopes da Cunha Moreira, que preside a comissão
que elabora e realiza a prova de
aptidão do curso de música em
SP para a Fuvest 2008.
Os candidatos que tirarem
nota abaixo de 5 serão desclassificados e só poderão concorrer à segunda opção de carreira.
Rafael Antonio Perrone, professor do Anglo, ressalta que
"só conseguimos ser criativos
se tivermos o domínio sobre a
atividade". "A criatividade tem
de estar associada à técnica.
Ninguém é criativo sem saber
tocar violino, por exemplo."
Mais amenas
Para outros cursos, as exigências são mais amenas. A
prova da Unicamp para odontologia, em Piracicaba, por
exemplo, avalia se o estudante
tem noções básicas de formas,
profundidade e proporcionalidade. Em um exercício prático,
o aluno tem de reproduzir um
desenho geométrico em um
bloco de cera especial para escultura, usando uma espátula.
"Quem tiver habilidade motora não deverá ter dificuldade", avalia Fernando Silva Batocchio, professor do cursinho Etapa. "O acabamento e a limpeza do trabalho contam pontos e não tem problema se as
medidas não estiverem exatas."
No caso da prova de aptidão
para o curso de moda da Faculdade Santa Marcelina, em São
Paulo, a coordenadora Raquel
Valente Fulchiron afirma que
não é necessário que o aluno tenha noção de perspectiva, por
exemplo. "Nós até não estimulamos que os estudantes tenham feitos cursos muito aprofundados de desenho porque acabam vindo com vícios e aqui
na faculdade eles já aprenderão
a desenhar", explica.
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