São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007
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APTIDÃO

Dependendo da carreira, vestibulando precisa ter conhecimento prévio para se sair bem

Prova de habilidades exige preparo

FERNANDA CALGARO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um mês antes do vestibular, Bruno de Souza Sanches, 19, saiu do cursinho para tocar violão. Insensatez? Para ele, não. Sanches decidiu se preparar melhor para a prova de habilidade específica da USP e deu certo: foi aprovado no curso de licenciatura em música.
Na faculdade, ele se dedica ao violão erudito, que começou a estudar aos 15 anos e depois se formou no conservatório musical de Presidente Prudente, no interior paulista.
Assim como Sanches, os vestibulandos devem ir para as provas de aptidão com domínio da técnica, ou, dependendo do curso, ter ao menos boas noções, para se saírem bem, segundo recomendação de professores que fazem os exames.
"O candidato já tem de ser músico; a graduação é uma continuação dos estudos. É como uma pessoa tentar uma vaga em engenharia sem nunca ter estudado matemática", explica Adriana Lopes da Cunha Moreira, que preside a comissão que elabora e realiza a prova de aptidão do curso de música em SP para a Fuvest 2008.
Os candidatos que tirarem nota abaixo de 5 serão desclassificados e só poderão concorrer à segunda opção de carreira.
Rafael Antonio Perrone, professor do Anglo, ressalta que "só conseguimos ser criativos se tivermos o domínio sobre a atividade". "A criatividade tem de estar associada à técnica. Ninguém é criativo sem saber tocar violino, por exemplo."

Mais amenas
Para outros cursos, as exigências são mais amenas. A prova da Unicamp para odontologia, em Piracicaba, por exemplo, avalia se o estudante tem noções básicas de formas, profundidade e proporcionalidade. Em um exercício prático, o aluno tem de reproduzir um desenho geométrico em um bloco de cera especial para escultura, usando uma espátula.
"Quem tiver habilidade motora não deverá ter dificuldade", avalia Fernando Silva Batocchio, professor do cursinho Etapa. "O acabamento e a limpeza do trabalho contam pontos e não tem problema se as medidas não estiverem exatas."
No caso da prova de aptidão para o curso de moda da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, a coordenadora Raquel Valente Fulchiron afirma que não é necessário que o aluno tenha noção de perspectiva, por exemplo. "Nós até não estimulamos que os estudantes tenham feitos cursos muito aprofundados de desenho porque acabam vindo com vícios e aqui na faculdade eles já aprenderão a desenhar", explica.


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