São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007
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CARREIRA
Produtor cultural é um "faz-tudo"

Profissional pode atuar em campos diversos, como políticas públicas ou entretenimento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Para que uma peça de teatro, um programa de televisão, um filme ou um show cheguem ao seu público alvo, um profissional desempenha papel central: é o produtor cultural.
Com atuação em diversos setores, de universidades a casas noturnas, o produtor é responsável por variadas incumbências: direção de produção, captação de recursos, produção executiva (de cenografia, por exemplo, em que o cenógrafo cria e o produtor torna realidade) e gerência de recursos.
A formação profissional nem sempre é exigida, mas quem quer conhecer melhor a área encontra graduação em instituições públicas, como a UFF (Universidade Federal Fluminense), a UFBA (Universidade Federal da Bahia) e o Cefet-Química do Rio, além de particulares como a Candido Mendes, no Rio, e a Faap, em SP.
Gabriel Barros Guimarães, 23, é aluno do sexto período do curso da UFF. "Eu produzia alguns shows. Meu padrasto trabalhou com produção teatral. Tinha noção de como era a área e resolvi me aventurar", diz.
No curso são dadas disciplinas teóricas, como fundamentação artística, e práticas, como noções de administração.
"O aluno vê matérias como história da arte, produção musical e teatral mas também recebe informações sobre as áreas científica e esportiva", detalha Jorge Luís Pinto Rodrigues, 52, coordenador do curso no Cefet-Química.
Um "certo problema", na avaliação de Maurício Tavares, coordenador do curso da UFBA, é que o curso é ligado à comunicação social. "Metade do curso é igual ao de jornalismo. Mas, na parte específica, o aluno estuda sobre a criação de políticas públicas de cultura para o Estado ou grandes empresas", detalha. "O curso dá uma visão de cultura em geral e também de questões de leis, de gestão, captação de recurso."
Para Leonardo Costa, 25, que foi aluno da UFBA e agora é professor do curso de produção cultural, a principal dificuldade é que a carreira é pouco conhecida. "O curso completou dez anos no ano passado. Muita gente da própria cidade [Salvador] não o conhece."
Entre os destaques da graduação, Costa aponta a formatação de projetos culturais. "O aluno aprende a redigir o projeto. Em seguida, vai atrás da realização e o executa."
Na opinião de Gabriel, da UFF, o mercado para produtores é bastante restrito. "Não se acha trabalho procurando em jornal ou em banco de dados na internet. É muito uma questão de conhecer as pessoas e ficar de olho nas oportunidades."
Atenta ao crescimento de mercado das atividades ligadas à produção cultural, a Faap criou neste semestre um curso seqüencial, com dois anos de duração. "Vimos que muitos dos profissionais que seguiam para produção cultural eram de áreas afins, como artes plásticas", diz Marcos Moraes, 51, que coordena o curso.
Para Felipe Berocan, 32, coordenador do curso da Universidade Candido Mendes, o mercado está em expansão. "Cada vez mais se valoriza o profissional graduado." (DANIELA ARRAIS E FERNANDA CALGARO)

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