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CARREIRA
Produtor cultural é um "faz-tudo"
Profissional pode atuar em campos diversos, como políticas públicas ou entretenimento
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Para que uma peça de teatro,
um programa de televisão, um
filme ou um show cheguem ao
seu público alvo, um profissional desempenha papel central:
é o produtor cultural.
Com atuação em diversos setores, de universidades a casas
noturnas, o produtor é responsável por variadas incumbências: direção de produção, captação de recursos, produção
executiva (de cenografia, por
exemplo, em que o cenógrafo
cria e o produtor torna realidade) e gerência de recursos.
A formação profissional nem
sempre é exigida, mas quem
quer conhecer melhor a área
encontra graduação em instituições públicas, como a UFF
(Universidade Federal Fluminense), a UFBA (Universidade
Federal da Bahia) e o Cefet-Química do Rio, além de particulares como a Candido Mendes, no Rio, e a Faap, em SP.
Gabriel Barros Guimarães,
23, é aluno do sexto período do
curso da UFF. "Eu produzia alguns shows. Meu padrasto trabalhou com produção teatral.
Tinha noção de como era a área
e resolvi me aventurar", diz.
No curso são dadas disciplinas teóricas, como fundamentação artística, e práticas, como
noções de administração.
"O aluno vê matérias como
história da arte, produção musical e teatral mas também recebe informações sobre as
áreas científica e esportiva",
detalha Jorge Luís Pinto Rodrigues, 52, coordenador do curso
no Cefet-Química.
Um "certo problema", na
avaliação de Maurício Tavares,
coordenador do curso da UFBA, é que o curso é ligado à comunicação social. "Metade do
curso é igual ao de jornalismo.
Mas, na parte específica, o aluno estuda sobre a criação de políticas públicas de cultura para
o Estado ou grandes empresas", detalha. "O curso dá uma
visão de cultura em geral e também de questões de leis, de gestão, captação de recurso."
Para Leonardo Costa, 25, que
foi aluno da UFBA e agora é
professor do curso de produção
cultural, a principal dificuldade
é que a carreira é pouco conhecida. "O curso completou dez
anos no ano passado. Muita
gente da própria cidade [Salvador] não o conhece."
Entre os destaques da graduação, Costa aponta a formatação de projetos culturais. "O
aluno aprende a redigir o projeto. Em seguida, vai atrás da realização e o executa."
Na opinião de Gabriel, da
UFF, o mercado para produtores é bastante restrito. "Não se
acha trabalho procurando em
jornal ou em banco de dados na
internet. É muito uma questão
de conhecer as pessoas e ficar
de olho nas oportunidades."
Atenta ao crescimento de
mercado das atividades ligadas
à produção cultural, a Faap
criou neste semestre um curso
seqüencial, com dois anos de
duração. "Vimos que muitos
dos profissionais que seguiam
para produção cultural eram de
áreas afins, como artes plásticas", diz Marcos Moraes, 51,
que coordena o curso.
Para Felipe Berocan, 32,
coordenador do curso da Universidade Candido Mendes, o
mercado está em expansão.
"Cada vez mais se valoriza o
profissional graduado."
(DANIELA ARRAIS E FERNANDA CALGARO)
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