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GEOGRAFIA
Fluxos migratórios
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Na pauta de exportações do Brasil, produtos como a soja, os
aviões, os minérios de ferro e os
automóveis têm grande destaque.
No entanto, quando constatamos
que as remessas de dólares realizadas por brasileiros que residem
fora do país costumam superar o
valor obtido pela maioria dos
produtos comercializados no exterior -em 2002, só foram inferiores aos valores das exportações
de ferro e de soja-, chegamos à
conclusão que "exportar gente",
pelo menos do ponto de vista
contábil, pode também ser um
bom negócio.
Adivinha qual foi, e continua
sendo, o destino preferido desses
emigrantes brasileiros? Caso você
se lembre de notícias recentes sobre pessoas que morreram ao tentar ultrapassar a fronteira mexicana rumo ao norte e resolva responder que foram os Estados
Unidos, acertará em cheio.
O Japão e o Paraguai empatam
na disputa pelo segundo destino
preferido dos brasileiros, seguidos depois pelos países da UE
(União Européia).
Essa migração de brasileiros insere-se em uma lógica mundial
em que fluxos migratórios oriundos dos países pobres ou menos
desenvolvidos da América Latina,
da Europa Oriental, da África e da
Ásia, partem, no geral, rumo aos
países mais ricos.
A razão é sempre a mesma: buscar de alguma forma uma qualidade de vida melhor.
O continente europeu é o campeão atual na capacidade de atrair
fluxos migratórios e, quanto mais
sobe a taxa de desemprego no
"velho continente", mais indesejados são os imigrantes. Certamente porque são vistos por uma
parcela da população local como
concorrentes às novas oportunidades de emprego.
Não é à toa que vários países da
União Européia criaram mecanismos para impedir que ocorra
uma migração maciça a partir de
alguns países mais pobres da Europa Oriental que ingressaram
neste ano no bloco.
A livre circulação de pessoas, ou
da mão-de-obra, não é mais tão
sagrada entre os membros da UE.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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