São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002
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MÃO NO BOLSO

Despesas com faculdade vão além da mensalidade

MESMO CURSANDO FACULDADE PÚBLICA, O ESTUDANTE PRECISA INCLUIR VALOR DE MATERIAL, TRANSPORTE E ALIMENTAÇÃO

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Colocar na ponta do lápis os custos de uma faculdade não é uma tarefa das mais fáceis. Além da matrícula e das mensalidades, o aluno terá também despesas com material, livros, transporte e alimentação, entre outras.
Calculá-los será importante para não ter surpresas no futuro. Depois de passar no vestibular, a maior frustração seria a de descobrir que não tem condição para pagar a faculdade. O importante é lembrar que os cursos duram em média quatro ou cinco anos.
Nem sequer a rede pública está livre dos gastos extras. "Eu não sabia que o curso era tão caro assim", afirma Francine Coelho Pinto, 19, aluna do segundo ano da faculdade de odontologia da USP. Segundo ela, há dificuldade para planejar os seus gastos, porque a faculdade não informa com antecedência de quais os instrumentos precisará para acompanhar o curso. "No primeiro ano, recebemos no início do semestre uma lista com mais de 40 itens de coisas que precisávamos comprar. A despesa total -com espátula, espelhinho e algodão, entre outros- somou aproximadamente R$ 500. Recentemente, tive de comprar um aparelho que custa R$ 1.220." Para ela, as melhores fontes de informação sobre os gastos são os alunos que estão há mais tempo fazendo o curso.
Segundo Francine, outra despesa que só foi percebida durante a faculdade foram as refeições. Como o seu curso é integral, ela precisa fazer pelo menos uma refeição por dia no restaurante ou na lanchonete da universidade.
O professor e diretor da faculdade de Direito da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Dirceu de Mello, diz que o aluno deve ficar atento para não comprar mais livros do que o necessário. "Na minha disciplina, por exemplo, que é direito penal, existem dois tipos de estudante: aquele que irá especializar-se no assunto e aquele que assistirá às aulas porque elas compõem a grade curricular do curso." No caso do primeiro, ele recomenda que parte dos livros e códigos penais sejam comprados, pois serão uma ferramenta de trabalho no futuro. Para o segundo, não há a necessidade de comprar as obras. "Ele pode perfeitamente acompanhar as aulas com anotações, xerox de trechos dos livros ou emprestar as obras na biblioteca."
Ainda segundo Mello, como as leis são modificadas periodicamente, os estudantes não precisam comprar os novos códigos de direito, basta apenas tirar uma cópia daquilo que foi modificado.
"O que estamos notando nos últimos anos é que os estudantes se têm organizado em grupos de cinco ou seis pessoas para comporem uma biblioteca conjunta. Cada um fica responsável pela aquisição de uma obra, o que dilui os custos", afirma José Henrique Grossi, vice-presidente da CBL (Câmara Brasileira do Livro).

Transporte
Quem pretende ir de carro para a faculdade não pode esquecer-se de somar as despesas com estacionamento. Na região da Faculdade de Medicina da USP, na avenida Dr. Arnaldo, ou da FGV (Fundação Getúlio Vargas), na avenida Nove de Julho, ambas no centro de São Paulo, por exemplo, dificilmente são encontradas vagas na rua. O estudante deve, portanto, somar um gasto mensal que varia de R$ 60 a R$ 150.
Para cursar uma universidade longe de casa, é preciso ficar atento a gastos como aluguel e alimentação. O aluno pode tentar uma vaga nos alojamentos do campus ou dividir um apartamento.


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