|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A NOVA GERAÇÃO DO DIREITO
foco
Professor mais antigo da USP testemunha mudanças de currículo e de alunos
PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL
Lá pelos idos de 1960, Tercio, então com 18 anos, vestia
seu terno, pegava o bonde e
seguia rumo ao largo de São
Francisco. Foi aluno da última turma em que paletó e
gravata eram obrigatórios nas
aulas de direito na USP.
Optou pelo curso não por
amor à advocacia, mas pela
chance de usar o direito como
trampolim para outras carreiras, como a diplomacia. A
licenciatura, entretanto, se
mostrou mais encantadora.
Aos 68, Tercio Sampaio
Ferraz Jr. é o professor há
mais tempo em exercício na
Faculdade de Direito da USP,
onde leciona há 40 anos -hoje ensina introdução ao estudo do direito. Em sua carreira, intercalou as aulas em faculdades -chegaram a ser
nove instituições "em tempos
de inflação"- com advocacia
privada, com a Procuradoria
Geral da Fazenda Nacional e
até com jornalismo, quando
foi editorialista desta Folha.
Como professor, viu o regime do país mudar, a economia crescer, a Constituição
de 88 nascer e o currículo dos
cursos de direito mudarem.
Testemunhou ainda a mudança no perfil dos alunos.
"Hoje são menos politizados.
Isso não quer dizer que sejam
desinteressados, mas não sabem direito o que querem."
Os anos no magistério lhe
renderam ainda uma coleção
de alunos ilustres. No ano
passado, assistia a uma sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) quando um advogado criminalista reconhecido e ex-aluno pediu licença
para homenageá-lo, no que
foi acompanhado pelos ministros Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto, que
também estudaram com ele.
Carlos Alberto Menezes
Direito, morto neste mês, endossou a homenagem por ter
sido seu colega como professor na PUC-SP.
Texto Anterior: OAB: No exame da ordem, só 22% dos alunos foram aprovados Próximo Texto: Vale a pena saber/Geografia: Muros e muralhas do século 21 Índice
|