São Paulo, terça-feira, 22 de setembro de 2009
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A NOVA GERAÇÃO DO DIREITO

foco

Professor mais antigo da USP testemunha mudanças de currículo e de alunos

PATRÍCIA GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Lá pelos idos de 1960, Tercio, então com 18 anos, vestia seu terno, pegava o bonde e seguia rumo ao largo de São Francisco. Foi aluno da última turma em que paletó e gravata eram obrigatórios nas aulas de direito na USP.
Optou pelo curso não por amor à advocacia, mas pela chance de usar o direito como trampolim para outras carreiras, como a diplomacia. A licenciatura, entretanto, se mostrou mais encantadora.
Aos 68, Tercio Sampaio Ferraz Jr. é o professor há mais tempo em exercício na Faculdade de Direito da USP, onde leciona há 40 anos -hoje ensina introdução ao estudo do direito. Em sua carreira, intercalou as aulas em faculdades -chegaram a ser nove instituições "em tempos de inflação"- com advocacia privada, com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e até com jornalismo, quando foi editorialista desta Folha.
Como professor, viu o regime do país mudar, a economia crescer, a Constituição de 88 nascer e o currículo dos cursos de direito mudarem. Testemunhou ainda a mudança no perfil dos alunos. "Hoje são menos politizados. Isso não quer dizer que sejam desinteressados, mas não sabem direito o que querem."
Os anos no magistério lhe renderam ainda uma coleção de alunos ilustres. No ano passado, assistia a uma sessão do STF (Supremo Tribunal Federal) quando um advogado criminalista reconhecido e ex-aluno pediu licença para homenageá-lo, no que foi acompanhado pelos ministros Ricardo Lewandowski e Carlos Ayres Britto, que também estudaram com ele.
Carlos Alberto Menezes Direito, morto neste mês, endossou a homenagem por ter sido seu colega como professor na PUC-SP.


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