São Paulo, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
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PARA CABER NO BOLSO

Crédito pode vir de banco ou faculdade

Na FGV-SP e no Insper, fundo próprio permite que não incidam juros sobre a bolsa restituível

DA REPORTAGEM LOCAL

Fora o financiamento do governo federal, as instituições de ensino podem optar por outras maneiras de conceder crédito estudantil aos seus alunos.
Na FGV-SP, um fundo próprio de mais de 40 anos garante que os financiamentos dos cursos não sejam cobrados com juros dos alunos. A quantia passa apenas por correção monetária. Assim, os estudantes podem requerer bolsas restituíveis que variam de 20% a 80%, e o valor devido só começa a ser pago um ano após a formatura.
"Não cobramos juros porque não somos um banco", afirma Paulo Goldschmidt, diretor administrativo da Direito GV.
A ausência de juros fez Daniel Tavela Luís, 22, se decidir pela instituição. "Se não tivesse essa opção, talvez eu fizesse mais um ano de cursinho", diz ele, que se formou na primeira turma de direito da FGV e pagou só metade dos cerca de R$ 3.000 de mensalidade nos cinco anos de graduação.
A decisão de pedir a bolsa de 50%, tomada com os pais, considerou a hipótese de conseguir investir parte do dinheiro que seria destinado à mensalidade num fundo que rendesse juros.
O Insper é outra instituição que conta com fundo próprio, mantido por parte da receita da graduação, pela restituição de bolsistas formados e por doações. O funcionamento da bolsa restituível é semelhante ao da GV e também não há juros.
Mais uma opção para quem quer fazer faculdade particular e não pode pagar o valor integral da mensalidade é recorrer a bancos ou financeiras. Normalmente o aluno é informado na sua faculdade se há possibilidade de pleitear crédito educacional com alguma instituição financeira conveniada.
O Unibanco oferece há um ano e meio -assim como o Itaú, após a fusão- um produto chamado Unibanco Universitário, com juros de 7,7% ao ano.
Para Marcos Magalhães, diretor executivo do Itaú-Unibanco, a cultura do crédito educacional ainda engatinha no Brasil. "Nos Estados Unidos e na Europa, as pessoas se programam com antecedência para fazer o financiamento do ensino superior", afirma.
Magalhães aponta três razões que fazem seus clientes optarem pelo seu produto em detrimento do Fies: é voltado a um público com renda superior ao que procura o programa do governo, apresenta características mais flexíveis e tem critério de adesão mais simples.
O executivo ainda diz que, dados os números da educação superior, há espaço para que os financiamentos estudantis privados avancem no Brasil e coexistam com o federal.


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