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PARA CABER NO BOLSO
Crédito pode vir de banco ou faculdade
Na FGV-SP e no Insper, fundo próprio permite que não incidam juros sobre a bolsa restituível
DA REPORTAGEM LOCAL
Fora o financiamento do governo federal, as instituições de
ensino podem optar por outras
maneiras de conceder crédito
estudantil aos seus alunos.
Na FGV-SP, um fundo próprio de mais de 40 anos garante
que os financiamentos dos cursos não sejam cobrados com juros dos alunos. A quantia passa
apenas por correção monetária. Assim, os estudantes podem requerer bolsas restituíveis que variam de 20% a 80%,
e o valor devido só começa a ser
pago um ano após a formatura.
"Não cobramos juros porque
não somos um banco", afirma
Paulo Goldschmidt, diretor administrativo da Direito GV.
A ausência de juros fez Daniel Tavela Luís, 22, se decidir
pela instituição. "Se não tivesse
essa opção, talvez eu fizesse
mais um ano de cursinho", diz
ele, que se formou na primeira
turma de direito da FGV e pagou só metade dos cerca de
R$ 3.000 de mensalidade nos
cinco anos de graduação.
A decisão de pedir a bolsa de
50%, tomada com os pais, considerou a hipótese de conseguir
investir parte do dinheiro que
seria destinado à mensalidade
num fundo que rendesse juros.
O Insper é outra instituição
que conta com fundo próprio,
mantido por parte da receita da
graduação, pela restituição de
bolsistas formados e por doações. O funcionamento da bolsa restituível é semelhante ao
da GV e também não há juros.
Mais uma opção para quem
quer fazer faculdade particular
e não pode pagar o valor integral da mensalidade é recorrer
a bancos ou financeiras. Normalmente o aluno é informado
na sua faculdade se há possibilidade de pleitear crédito educacional com alguma instituição financeira conveniada.
O Unibanco oferece há um
ano e meio -assim como o
Itaú, após a fusão- um produto
chamado Unibanco Universitário, com juros de 7,7% ao ano.
Para Marcos Magalhães, diretor executivo do Itaú-Unibanco, a cultura do crédito educacional ainda engatinha no
Brasil. "Nos Estados Unidos e
na Europa, as pessoas se programam com antecedência para fazer o financiamento do ensino superior", afirma.
Magalhães aponta três razões que fazem seus clientes
optarem pelo seu produto em
detrimento do Fies: é voltado a
um público com renda superior
ao que procura o programa do
governo, apresenta características mais flexíveis e tem critério de adesão mais simples.
O executivo ainda diz que,
dados os números da educação
superior, há espaço para que os
financiamentos estudantis privados avancem no Brasil e coexistam com o federal.
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