São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010
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Especial
vestibular no meio do ano

DE MALAS PRONTAS

Estudante pode trocar de federal por até um ano

São 58 instituições federais que permitem que alunos passem de 1 a 2 semestres cursando outra universidade

Para participar, é preciso estar ao menos no 2º ano da graduação e ter sido reprovado em apenas uma disciplina

Adriano Vizoni/Folha Imagem
Luiza Medeiros passou um semestre na UFRJ em 2008

JULIANA VAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quem não passar naquela federal com a qual sempre sonhou não precisa entrar em pânico.
Ainda pouco conhecido, um convênio entre 58 federais estabelecido em 2003 pela Andifes (associação de reitores de federais) permite ao aluno estudar por até um ano em outra instituição do país.
Foi através dele que Thamires Lacerda, 21, estudante de turismo da UFPR (Universidade Federal do Paraná), foi para Sorocaba (99 km de SP), onde cursa um semestre da graduação na UFSCar.
"A UFSCar era uma de minhas preferências no vestibular, mas não passei. Fazer intercâmbio é como voltar ao primeiro ano", diz.
Já o estudante de letras da Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto) Peterson Ferreira, 25, foi estudar em Curitiba e, um mês depois, conseguiu um estágio numa agência de comunicação.
"O intercâmbio é bom para estagiar nas capitais. Penso até em ficar por aqui."
O candidato a intercambista, porém, deve considerar alguns imprevistos. Quando cursava jornalismo na UFSC (federal de Santa Catarina), em 2008, Luiza Medeiros, 25, passou um semestre na UFRJ para estudar matérias mais teóricas.
Mas, ao fim do programa, ela não conseguiu o plano de estudos de uma disciplina que cursou no intercâmbio, o que impossibilitou o reconhecimento dos créditos.
"Mesmo assim, duas matérias que fiz no Rio estão no meu top 10", afirma.

POUCA PROCURA
O intercâmbio entre federais é pouco procurado. Desde 2008, a Unifesp recebeu só oito estudantes e não enviou nenhum pelo programa.
Em 2010, a instituição que mais enviou alunos foi a UFPR (22), segundo dados preliminares da Andifes. A universidade preferida foi a UnB (Universidade de Brasília), que recebeu 36 alunos.
Para Carlos Monteiro, consultor em ensino superior, os alunos não tomam conhecimento do programa porque as universidades "adoram cultivar o próprio umbigo".
"Existe uma gestão para dentro, esquecendo o que há lá fora. As escolas precisam se preparar. Não é só receber o aluno e jogá-lo no meio da sala de aula", afirma.
Além das bolsas semestrais de R$ 2.500 fornecidas atualmente pelo banco Santander, os intercambistas deverão em breve contar com o fomento do Ministério da Educação.
O MEC desenha seu próprio programa de mobilidade, o MAB (Mobilidade Acadêmica Brasil). Instituído em janeiro de 2009, sua implementação depende de divulgação de edital, que, segundo o ministério, ainda está sendo formulado.


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