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GEOGRAFIA
Os pontos culminantes do Brasil
EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA
Na segunda semana de setembro, foram divulgados pela
imprensa os resultados de novas
medições feitas nas quatro maiores elevações do Brasil.
Concluíram que os dois maiores, o Pico da Neblina e o 31 de
Março, localizados na fronteira
norte do Amazonas, são pouco
mais de uma dezena de metros
mais baixos do que se imaginava,
chegando a 2.993,78 metros e
2.972,66 metros, respectivamente.
Em suma, o ponto culminante do
país não chega aos 3.000 metros,
como se supunha.
A surpresa foi o Pico das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, ter
perdido o posto de terceiro mais
alto para o Pico da Pedra da Mina,
localizado também na serra da
Mantiqueira, só que no Estado de
Minas Gerais.
Fora a curiosidade pelo "ranking das montanhas brasileiras",
chamou-me a atenção a manchete de uma das reportagens que
traziam esses dados. Ela afirmava
o seguinte: "Os livros de geografia
vão ter de mudar".
De fato, os livros que trazem esse tipo de informação não têm outra coisa a fazer a não ser atualizar
as medições. No entanto convém
observar que são poucas as obras
que necessitarão de atualização,
pelo simples fato de que há algum
tempo os autores têm priorizado
outros itens -no geral mais
relevantes- em seus livros didáticos quando o assunto é o relevo
brasileiro.
Entre esses itens, tem destaque
o fato de existirem três classificações de relevo consideradas coerentes com a realidade de nosso
território e que em qualquer uma
delas que for adotada será mantido o que é fundamental para o estudo das altitudes do Brasil. A
maior parcela do território,
58,46%, é considerada como terras altas, pois está acima de 200
metros e abaixo de 1.200 metros.
As terras baixas, inferiores a 200
metros, somam 41% da área. Por
fim, as áreas culminantes, acima
de 1.200 metros, correspondem a
apenas 0,54% do país.
Resumindo: o Brasil é um país
baixinho.
Não tenho lembranças de questões de vestibulares que tenham
cobrado quais os pontos culminantes do Brasil, mas me lembro
de inúmeras que exigiam que o
aluno tivesse uma visão geral das
altitudes do país.
Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus
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