São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004
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GEOGRAFIA

Os pontos culminantes do Brasil

EDER MELGAR
ESPECIAL PARA A FOLHA

Na segunda semana de setembro, foram divulgados pela imprensa os resultados de novas medições feitas nas quatro maiores elevações do Brasil.
Concluíram que os dois maiores, o Pico da Neblina e o 31 de Março, localizados na fronteira norte do Amazonas, são pouco mais de uma dezena de metros mais baixos do que se imaginava, chegando a 2.993,78 metros e 2.972,66 metros, respectivamente. Em suma, o ponto culminante do país não chega aos 3.000 metros, como se supunha.
A surpresa foi o Pico das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, ter perdido o posto de terceiro mais alto para o Pico da Pedra da Mina, localizado também na serra da Mantiqueira, só que no Estado de Minas Gerais.
Fora a curiosidade pelo "ranking das montanhas brasileiras", chamou-me a atenção a manchete de uma das reportagens que traziam esses dados. Ela afirmava o seguinte: "Os livros de geografia vão ter de mudar".
De fato, os livros que trazem esse tipo de informação não têm outra coisa a fazer a não ser atualizar as medições. No entanto convém observar que são poucas as obras que necessitarão de atualização, pelo simples fato de que há algum tempo os autores têm priorizado outros itens -no geral mais relevantes- em seus livros didáticos quando o assunto é o relevo brasileiro.
Entre esses itens, tem destaque o fato de existirem três classificações de relevo consideradas coerentes com a realidade de nosso território e que em qualquer uma delas que for adotada será mantido o que é fundamental para o estudo das altitudes do Brasil. A maior parcela do território, 58,46%, é considerada como terras altas, pois está acima de 200 metros e abaixo de 1.200 metros.
As terras baixas, inferiores a 200 metros, somam 41% da área. Por fim, as áreas culminantes, acima de 1.200 metros, correspondem a apenas 0,54% do país.
Resumindo: o Brasil é um país baixinho.
Não tenho lembranças de questões de vestibulares que tenham cobrado quais os pontos culminantes do Brasil, mas me lembro de inúmeras que exigiam que o aluno tivesse uma visão geral das altitudes do país.


Eder Melgar é coordenador de geografia do curso Intergraus


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